♦ Preparar a viagem ♦
Sete dias para uma primeira visita a Nova Iorque parece pouco e, na verdade, é! O ideal seriam no mínimo 10 dias, mas o desejo de conhecer a cidade que nunca dorme era grande e o orçamento disponível não dava para estar mais tempo. E como mais vale pouco que nada, aproveitámos o máximo possível começando em casa a organizar a viagem com alguns meses de antecedência.

Primeiro que tudo há que tratar da documentação. Temos que ter passaporte de leitura óptica válido e uma autorização de entrada no país denominada ESTA, sem os quais não entramos nos Estados Unidos da América. Também é essencial levar um seguro de viagem/saúde que cubra emergência médica. Para informações mais detalhadas consulte o nosso “Guia de viagem para os EUA”.

Quanto ao transporte e alojamento, podemos reservar pela internet ou recorrer a uma agência de viagens. Depois das contas feitas aos custos, nós optámos pela última hipótese e comprámos um pacote de City Break que incluía avião, hotel com pequeno almoço, transfer de e para os aeroportos, seguro de viagem e ainda meio-dia de visita à cidade em autocarro, com guia. Pagando o serviço, também nos trataram do ESTA a pedido.

Um roteiro é essencial! Se quisermos rentabilizar o tempo de visita temos mesmo que o fazer. Para isso fazemos uma lista do que gostávamos de ver e agrupamos por dias. São só sete dias e por isso também temos de fazer escolhas e retirar do roteiro alguns sítios que não vamos ter tempo de visitar e que saem fora do orçamento disponível. Paciência! Fica para a próxima! Também é importante estudar os transportes e trajectos adequados a cada dia. Pode ajudar ler o nosso artigo “Nova Iorque – Transportes públicos”.

Se não tem, é muito útil fazer um cartão de crédito e levar alguns dólares. O cartão de crédito é o meio de pagamento mais usado, mas o dinheiro vivo também vai fazer falta para as primeiras necessidades, como por ex. pagar a deslocação do aeroporto para a cidade ou o passe e bilhetes dos transportes públicos.

Depois de pesquisar e fazer contas aos custos, para a primeira visita a Nova Iorque, aconselhamos vivamente a compra do New York CityPass que inclui, por um preço mais acessível, a visita a seis das principais atracções da cidade e descontos nos ingressos das restantes três opcionais que não escolheu. Os portadores do CityPass ainda têm a vantagem de ter uma entrada própria evitando assim as longas filas nas bilheteiras. Acredite! Em Nova Iorque tempo é dinheiro. O ideal é comprar antecipadamente no site oficial. É rápido, seguro e é só trocar o comprovativo que imprimiu em casa na primeira atracção que visitar.

A corrente eléctrica é de 120 V e por isso é imprescindível não esquecer o adaptador de tomadas eléctricas, modelo A B. Levar, também, um mapa da cidade e do metro. Nós escolhemos na Internet e imprimimos. Fácil! Nos hotéis também dão.

É recomendável levar um cadeado de mala aprovado pela TSA (Transportation Security Administration). Algumas pessoas não sabem, mas toda a bagagem despachada passa por um raio-X e os agentes da TSA estão autorizados por lei a abrir as malas sempre que precisem de fazer uma averiguação ao conteúdo. Se tiver um cadeado TSA a mala será aberta e fechada sem danos com uma chave mestra e será colocado um papel no seu interior informando que foi revistada. Se tiver outro tipo de cadeado ou fechadura estes serão arrombados e ficarão danificados. Os cadeados TSA podem ser de chave ou código e vendem-se em lojas de artigos de viagens e outras como por ex. na Worten, Staples ou Fnac.

Se for no Verão, como nós, não deixe de levar um impermeável e um agasalho ligeiro para a noite. O ideal, quando fizer a mala, é espalhar os objectos mais compactos para não dificultar a leitura do raio-X.

♦ O nosso roteiro de 7 dias em Nova Iorque ♦
Dia 1
O primeiro dia foi praticamente todo passado em viagem. O nosso voo estava marcado para partir às 13.20h. Chegámos ao aeroporto 4 horas antes, a pedido da agência de viagens, devido ao grande afluxo de passageiros ao aeroporto de Lisboa durante o mês de Agosto.

Já trazíamos o check-in feito de casa e, com alguma surpresa, conseguimos despachar as malas rapidamente. Mais demorado foi passar o controlo de bagagem de mão. É recomendável ir para a fila com algum tempo de antecedência. O tempo passou e, mais ou menos meia hora antes do embarque, começaram os procedimentos de segurança habituais para quem viaja para os EUA: depois de inspeccionada a sala de espera, alguns passageiros, escolhidos aleatoriamente, e sua bagagem de mão são revistados e, se necessário, fazem no local o despiste de drogas e outros químicos.

Sem incidentes a registar, embarcámos e o voo partiu sem atrasos. Viajámos na Tap Air Portugal, na classe económica, e podemos dizer que foi um voo excelente em todos os aspectos: assentos confortáveis e espaçosos e cada passageiro tem para si uma manta, uma almofada, auriculares e uma televisão onde pode escolher entre música, filmes de todos os géneros, documentários, noticiários, jogos e informações sobre o voo. Ninguém se aborrece. Também as duas refeições servidas e o atendimento do pessoal de bordo foram excelentes.

Chegámos na hora prevista e precisámos de 1hora e 30 minutos para conseguir passar o controlo de entrada nos EUA e recolher a bagagem. Parece que não foi muito tempo, tivemos sorte! O transfer estava à nossa espera e no caminho para o hotel tivemos o primeiro contacto com a cidade de Nova Iorque onde chovia copiosamente.

Ficámos alojadas no Fairfield Inn & Suites New York Manhattan/Downtown East, um hotel de 3 estrelas na entrada da China Town. O nosso quarto não era muito espaçoso mas, como o hotel era relativamente novo, tudo tinha um ar muito asseado e estava equipado com ar condicionado, frigorífico, micro-ondas e chaleira. Na recepção, sempre com pessoal muito atencioso, estão disponíveis gratuitamente computadores e impressoras, muito úteis para fazer o check-in de regresso. O pequeno-almoço incluído foi o ponto fraco, mas serviu perfeitamente oferecendo o básico da refeição.

Com o dia quase todo preenchido com a viagem, tínhamos previsto visitar a ponte de Brooklin à noite, mas a chuva intensa mudou-nos os planos. Fomos apenas jantar e comprar o MetroCard com validade de sete dias e passagens ilimitadas no metro e autocarros. A cidade é enorme e mesmo andando muito a pé é sempre preciso utilizar os transportes públicos.

Dia 2
A manhã foi passada em circuito turístico em autocarro com guia, incluído no pacote que comprámos, que percorreu toda a Manhattan com a vantagem de vermos alguns locais mais afastados e que não estavam incluídos no nosso roteiro.

O circuito terminou no Battery Park situado no extremo sul de Manhattan, no Financial District. O parque, além de lindíssimo e bem cuidado, tem algumas obras de arte dispersas e uma vista magnifica sobre o rio Hudson, Jersey City e as ilhas Liberty e Ellis.

O parque conta com WC público gratuito, restauração e uma zona de merendas. A estação de metro mais próxima é Bowling Green. Almoçámos por aqui, experimentando pela primeira vez a comida de rua (street food) à venda nos atrelados. A primeira impressão foi excelente e o preço é realmente muito acessível.

Apanhámos o metro e seguimos para o Museu Americano de História Natural onde, por ser a nossa primeira visita incluída no CityPass, fizemos a troca do voucher pela caderneta dos talões dos ingressos.

O museu encerra às 17.45h e nós chegámos por volta das 14.30h pensando que tínhamos muito tempo para a visita, mas o espaço é enorme e quase que não conseguíamos ver tudo. Para ver o último piso foi uma correria. Mesmo à justa!

Apanhámos de novo o metro e fomos para a Times Square, situada no Theatre District onde passámos o resto da tarde e noite passeando pelas ruas da Broadway, onde estão concentrados os teatros.


Também visitámos as lojas mais emblemáticas do local, como a M&M’S World e o Hard Rock Cafe. Para quem precisar de WC, nós encontrámos no McDonald’s, mas sempre apinhados, e no piso inferior do Hard Rock Cafe, bem mais tranquilo.


Dia 3
O dia de hoje é para os fortes. A manhã e a tarde foram passadas no Central Park, que já tínhamos destinado que percorreríamos todo a pé até ao Harlem. O parque tem todas as infraestruturas necessárias para quem o visita: Centro de apoio aos visitantes, WC’s públicos, bebedouros, bancos, restauração e bancas de souvenirs.

A manhã foi passada a visitar a parte mais bonita e turística do parque. Entrámos junto à Lagoa (The Pond) e seguimos até ao Lago (The Lake) através da avenida principal (The Mall). A aproximação ao Lago é no mínimo surpreendente. O Terraço Bethesda é o espaço mais deslumbrante do Central Park.

Almoçámos no restaurante Boathouse, junto ao lago, e podemos dizer que comemos o melhor cachorro das nossas vidas.


De tarde continuámos a nossa caminhada até ao topo norte onde começa o Harlem. Percorremos toda a margem do Reservatório Jacqueline Kennedy Onassis, saindo do parque junto ao lago Harlem (Harlem Meer).

Já com pouco tempo, seguimos para a Catedral St. John the Divine, situada no Harlem, a mais ou menos 1 quilómetro de distância do Central Park. Valeu a pena a caminhada pois a Catedral é lindíssima e a sua visita é imperdível. A entrada é paga.


Apesar de cansadas, resolvemos apanhar o metro para Brooklyn e acabar o dia vendo o anoitecer em Manhattan sentadas na margem do East River. Enquanto esperamos pelo anoitecer vale a pena fazer um pequeno passeio pelo Brooklyn Bridge Park que também dispõe de WC público gratuito.


Regressámos ao hotel atravessando a pé a Ponte de Brooklyn. A vista à noite é inesquecível.

Dia 4
A manhã foi destinada ao Rockefeller Center e proximidades. Começámos com a subida ao Top of the Rock, um dos mais altos e visitados observatórios a céu aberto da cidade de Nova Iorque, cuja entrada se faz pela 50th Street.

Depois de descer foi hora de visitar todos os espaços do complexo: a Rockefeller Plaza, os prestigiados edifícios e lojas de marca e as magnificas esculturas espalhadas pelo local. O Rockefeller Center também conta com um espaço comercial no nível inferior, o Concourse, formado por lojas, restaurantes e serviços.

Seguindo em direcção à 5ª avenida estendem-se os belos Jardins Channel formados por exóticas plantas, fontes e esculturas.

Chegando à 5ª avenida encontramos a grandiosa Catedral de Saint Patrick’s. A sua visita é imperdível e a entrada é gratuita. O interior é arrebatador pela sua grandiosidade e beleza.


A parte da tarde foi passada a visitar o Intrepid Sea, Air & Space Museum. Depois do almoço, apanhámos o metro e saímos na estação Port Authority e resolvemos percorrer a pé os cerca de 1100 metros que nos separavam do museu, localizado no cais 86 do Rio Hudson em Manhattan, na junção da 46th Street com a 12th Avenue.

O museu está instalado dentro do porta-aviões Intrepid que esteve ao serviço em várias missões como a Guerra Fria, a Guerra do Vietname e recuperação de Missões Espaciais. Além da visita aos espaços interiores do navio, distribuídos por três decks, ainda podemos apreciar no Flight Deck, um espaço exterior, com uma exposição de aviões, helicópteros e caças que estiveram ao serviço dos E.U.A. ao longo do tempo.

Ainda no local é possível visitar o interior do Growler, um submarino de mísseis guiados, e descansar à sombra de um dos aviões Concorde da British Airways.

A visita ao Intrepid Sea, Air & Space Museum ocupou-nos a tarde quase toda e seguimos de metro para a Grand Central Station, considerada uma das maiores e mais movimentadas estações ferroviárias do mundo. O seu magnifico hall é de impressionante beleza fazendo deste espaço visita obrigatória para os turistas.

Além dos vários serviços, como lojas comerciais, restaurantes e WC, a estação tem passagem para o Grand Central Market, um mercado onde pode encontrar uma grande variedade de legumes, frutas, carne, peixe, queijos, enchidos, doçaria e pão entre tantos outros produtos. Também tem uma grande variedade de comida feita de grande qualidade e de preço muito acessível. Nós aproveitámos e comprámos o jantar.

Depois de tantos e tantos quilómetros já percorridos a pé, o cansaço já se fazia sentir e resolvemos recolher ao hotel para recuperar energias para os dias seguintes.

Dia 5
Neste dia as visitas serão todas feitas dentro e a partir do Financial District, na zona sul de Manhattan. A manhã foi dedicada à visita das Liberty e Ellis Islands.

Bem cedo, seguimos para o Battery Park onde se situa o cais de onde partem os barcos para as ilhas. A bilheteira situa-se no interior do Castle Clinton e foi aqui que mais sentimos o benefício de ser portador do New York CityPass, passando à frente da enormíssima fila que já se formava de manhã cedo, permitindo-nos conseguir lugar no primeiro barco a sair.

A primeira paragem foi na Liberty Island. A visita superou as expectativas e aconselhamos todos a ir e a não deixarem apenas para ver de passagem num barco de carreira.

Seguimos para a Ellis Island e aqui o Museu do Imigrante surpreendeu-nos pela dimensão, pela beleza e pelo conteúdo histórico. Muito maior e mais rico do que estávamos à espera.

Ficámos mais tempo nas ilhas do que o previsto, mas valeu a pena. Ambas são lindas e oferecem belas paisagens sobre a zona sul de Manhattan e o rio Hudson.

Voltámos ao Battery Park, onde almoçámos, e seguimos a pé para o World Trade Center, situado a mais ou menos 1 Km de distância do parque.

A zona do “Ground Zero” é impressionante e o Museu e Memorial do 11 de Setembro prende a nossa atenção obrigando-nos a reviver aquele dia terrível do ano de 2001 onde milhares de inocentes morreram às mãos do terrorismo, aquando dos atentados que originaram o colapso das duas torres gémeas e outros edifícios em volta.

Normalmente chamado de 9/11, o Museu do 11 de Setembro foi criado para homenagear todos os que morreram e todos os que estiveram envolvidos na busca e socorro dos sobreviventes.

No mesmo local foi erguida a Torre da Liberdade que, com os seus 542 metros de altura, é o mais alto edifício dos Estados Unidos da América. Pode ser visitada e tem decks de observação nos pisos 100 e 102.

Ainda no espaço do World Trade Center, a estação de comboios Oculus, projectada pelo Arquiteto Santiago Calatrava, chama a atenção pelo seu design futurista. O seu interior abriga o Westfield Shopping, o maior Centro Comercial de Manhattan.

Ao lado, não deixe de visitar a St. Paul’s Chapel que, impressionantemente, ficou intacta após o colapso das torres gémeas. Serviu de refúgio a todos os que estiveram envolvidos nas operações de resgate e no apoio aos trabalhadores que permaneceram no local durante meses.

Depois desta emocionante visita seguimos para Brooklyn para fazermos a travessia da ponte de dia. Um passeio que recomendamos fazer tanto de dia como de noite.

À saída da ponte, aproveitámos para visitar o Civic Center onde se encontram edifícios monumentais como New York City Hall (a Câmara de Nova Iorque) e, na Foley Square, os edifícios dos Tribunais.

Seguimos para a zona de Wall Street onde se encontra a Trinity Church e a Bolsa de Valores de Nova Iorque, a mais importante do mundo.

Mais à frente, na direção de Bowling Park, encontramos o Touro de Wall Street (Charging Bull) que simboliza o poder financeiro e a prosperidade.

Passando o jardim encontramos o monumental edifício do Nacional Museum of American Indian.

Dia 6
Começámos a manhã com a visita ao Empire State Building um dos edifícios mais emblemáticos de Nova Iorque e de onde se consegue ver toda a Manhattan e arredores sem barreiras visuais.

Seguimos para o Metropolitan Museum of Art, também conhecido por The Met. É o maior museu de arte dos EUA e um dos maiores do mundo. Precisámos de 3 horas para percorrer apenas o percurso recomendado no mapa do museu.

Caminhar pela 5ª Avenida também faz parte de um roteiro de visita a Nova Iorque e assim, depois de passar a Grand Army Plaza, chegámos à Torre Trump onde dispensámos algum tempo para visita do interior, apenas com acesso ao espaço comercial e WC’s.

Umas estações de metro mais à frente, ainda na 5ª Avenida, não deixe de visitar a Biblioteca Pública de Nova Iorque. A entrada é gratuita e o seu interior é de grande riqueza arquitectónica e o seu arquivo de valor incalculável. Nas traseiras do edifício vale a pena espreitar o pequeno, mas belo, Bryant Park.


A noite foi preenchida com a subida nocturna ao Empire State Building, incluída no New York CityPass. Uma experiência inesquecível.

Dia 7
Para este dia deixámos o roteiro em branco para o caso de não termos tempo de cumprir todos os planos. Resolvemos abrandar o ritmo e apenas desfrutar calmamente do último dia em Nova Iorque.

De manhã voltámos ao Central Park para visitar a Bow Bridge e o Castelo Belvedere onde não tínhamos passado na primeira visita. Imperdível! Aproveitámos para almoçar o nosso cachorro favorito.

De tarde, já com a hora da partida a aproximar-se, um passeio pelas zonas próximas do hotel. Começámos pela China Town, não muito interessante e bastante suja. Valeu pelo mercado com produtos bem diferentes dos que estamos habituados a ver.

Depois fomos explorar a zona ribeirinha junto à Ponte de Manhattan. Fomos andando e acabámos a comer gelados no City Hall Park junto à Ponte de Brooklyn. Foi a despedida!

Ficámos cansadas? Muito, mas de coração cheio! Durante os 7 dias que estivemos em Nova Iorque andámos muitos e muitos quilómetros. Conseguimos visitar as principais atracções da cidade mas… muitas outras ficaram por ver. Um óptimo motivo para voltar!

♥ Boa viagem ♥
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