Era terça-feira dia 11 de Setembro de 2001 e, em Lisboa, dávamos início a mais uma tarde de trabalho. De repente alguém diz: “As Torres Gémeas de Nova Iorque estão a cair!” Ficámos incrédulas. Depois de passar o choque veio a triste realidade: os Estados Unidos da América estavam a ser alvo do maior ataque terrorista alguma vez visto!

Os edifícios do World Trade Center, no sudoeste de Manhattan, caíam que nem baralhos de cartas. Nesse dia morreram quase 3000 pessoas inocentes, de mais de 70 nacionalidades. Foi também nesse dia que o Mundo mudou!

No local onde se deu a tragédia está hoje o Memorial & Museu Nacional do 11 de Setembro, criado para homenagear todos os civis, militares, turistas, bombeiros, polícias, enfim, todos os que naquele dia estavam no lugar errado à hora errada e foram apanhados pelo implacável braço do terrorismo.

Também aqui se lembram as vítimas do ataque ao World Trade Center em 23 de Fevereiro de 1993. Embora poucos se recordem, nesse dia um carro-bomba explodiu no parque de estacionamento subterrâneo da Torre Norte, causando 6 mortos e ferindo mais de mil pessoas. O objectivo era destruir os alicerces da torre para que colapsasse!…

A zona do “Ground Zero” renasceu das cinzas e no dia 11 de Setembro de 2011 foi inaugurado o Memorial. Duas enormes piscinas com cascatas foram construídas no exacto local onde outrora se erguiam as Torres Gémeas. As quedas de água significam as lágrimas derramadas, que caem para um fosso que representa o infinito.

À sua volta, em chapas de aço, estão gravados os nomes de todas as vítimas. Todos eles estão colocados junto de familiares, amigos, conhecidos ou pessoas com quem estavam na altura dos acontecimentos.

Os nomes dos bombeiros e polícias estão ordenados segundo as corporações e esquadras a que pertenciam. Também os passageiros dos aviões estão juntos, conforme o voo em que seguiam, assim como os trabalhadores que estavam no interior do Pentágono.

É difícil conter as lágrimas. É tocante sentir-se o enorme respeito que o Mundo dedica a estas vítimas. À volta há árvores e bancos para quem queira por ali estar um pouco em reflexão…


O Museu fica no subsolo e foi inaugurado em 2012. Lá dentro pode ver um pouco de tudo: pedaços de paredes, vigas de aço e ferro retorcido, veículos de emergência completamente destruídos, pertences das vítimas e também das equipas de emergência. No auditório pode assistir a filmes relacionados com os atentados e tem ainda ao dispor, uma sala onde pode consultar a imprensa escrita da época.

É impressionante constatar que vigas de ferro que pesam toneladas, foram retorcidas como se fossem de papel! Também aqui encontra o que restou das escadas de pedra que muitos usaram para se salvar.


A última coluna que foi retirada dos escombros está exposta com a identificação dos departamentos de polícia e bombeiros que estiveram envolvidos em todo o processo. Ali ao lado, outro pilar contém fotos interactivas de vários momentos após a catástrofe. Pode tocar em cima de uma foto e ficar a saber mais alguma coisa sobre aquele momento ou aquelas pessoas ali retratadas.


Há uma zona específica onde está uma compilação de tudo o que se passou naquele dia e com áudio. Ao longo deste percurso, (nesta área não é permitido fotografar), podem ouvir-se gravações dos últimos telefonemas das vítimas ou comunicações feitas entre as equipas de socorro.

Numa parede/tributo estão exibidas as fotos de todos os que faleceram. Mais à frente e antes de sair, tem um local interactivo onde pode deixar gravada uma mensagem, pode dizer onde estava na altura dos acontecimentos e pode ainda fazer perguntas que serão respondidas.

O Museu pode ser visitado de domingo a quinta-feira das 9h às 20 horas e à sexta-feira e sábado até às 21 horas. O preço dos ingressos é o seguinte: 7/12 anos = 15$, 13/17 anos = 20$, adultos = 24$ e séniors = 20$. À terça-feira a entrada é gratuita. É costume haver filas mas os portadores do New York City Pass têm prioridade. A exposição está elaborada de forma muito elucidativa e numa perspectiva de muito respeito por todos os intervenientes. O espaço está dotado de cafetaria, WC e acesso a pessoas com deficiência física.

Aqui ao lado ergue-se a Torre da Liberdade (Freedom Tower), o edifício principal do novo complexo do World Trade Center. Concluído em 2014 e com 542 metros de altura, este edifício tornou-se o mais alto dos Estados Unidos. Está dotado de 54 elevadores de alta velocidade e tem decks de observação nos pisos 100 e 102.

Esses dois pisos chamados One World Observatory estão abertos ao público todos os dias entre as 9h e as 21 horas. Os bilhetes custam 34$/adultos e 28$/crianças. No interior do elevador e durante os menos de 60 segundos da subida, é exibido um filme que retrata os últimos 500 anos de História da cidade de Nova Iorque.

O Oculus faz também parte deste complexo e é o novo edifício, inaugurado em 2016, que comporta no seu interior o maior centro comercial de Manhattan, o Westfield Shopping e que veio substituir o anterior que existia no mesmo local e foi destruído pelos atentados.

Aqui encontra mais de uma centena de lojas das mais prestigiadas marcas internacionais. No subsolo do Oculus tem ainda acesso a linhas de Metro e comboio urbano. A sua arquitectura pretende fazer lembrar uma pomba branca pousando calmamente…

Poucos metros adiante e para sempre ligada aos acontecimentos do 11 de Setembro fica a St. Paul’s Chapel. À medida que o pó se ia desvanecendo, após o colapso das Torres Gémeas, os populares foram-se apercebendo de uma curiosa realidade: a igreja, cuja construção data do ano de 1766, estava intacta! Nenhuma rachadura ou vidro partido. Isso foi imediatamente interpretado como um sinal divino.


Muitas pessoas aqui se recolheram até chegar ajuda. Durante as operações de resgate, os socorristas, bombeiros, polícias, todos vinham para aqui descansar um pouco ou comer uma refeição. Eles descreveram este local como “um oásis no meio do inferno”.

A população e a Paróquia mobilizaram-se para que nada faltasse a estes homens e mulheres, heróis de um país ferido no corpo e na alma. Enfermeiros, massagistas, terapeutas, podologistas e outros profissionais, ali apareciam todos os dias para ajudar da melhor forma que sabiam, aqueles que lutavam contra o tempo.



Em 2002 e durante uma visita ao local, o Mayor de Londres ofereceu à igreja o Sino da Esperança como forma de agradecimento pela preciosa ajuda. O sino foi feito pela mesma fundição que fez o Big Ben. Este sino toca todos os anos no dia 11 de Setembro simbolizando a esperança para lá da tragédia.

Não conseguimos conceber uma visita a Nova Iorque sem conhecer este local. Os acontecimentos que aqui se passaram mudaram a forma como, todos nós, estamos na vida e encaramos o Mundo que nos rodeia.

♥ Boa viagem ♥