É uma das imagens de marca e um dos monumentos mais visitados dos Estados Unidos da América. A Estátua da Liberdade ergue-se na Ilha da Liberdade (Liberty Island), na zona do Porto de Nova Iorque. É preciso recuar alguns séculos para compreender a importância de visitar este local.

Durante muitos anos este pequeno território foi habitado por nativos americanos até que, no início do século XVII, os holandeses começaram a chegar e apossaram-se da ilha. À medida que o proprietário mudava, também mudava o nome deste pedaço de terra.

Em 1738, a ilha passa a pertencer à cidade de Nova Iorque e começa a ser usada como estação de quarentena para todos os navios que queriam entrar na cidade, como forma de se precaverem contra as doenças que se começavam a manifestar nos outros continentes.

Em 1755 e durante o surto de varíola, é ordenada a construção de um hospital na ilha. Com o grande ataque da Guerra Revolucionária, muitos edifícios foram destruídos. Em 1807, a ilha é declarada posto militar destinado a proteger o Porto de Nova Iorque e é construído o Fort Wood em forma de estrela. O exército dos Estados Unidos mantém-se aqui activo até 1937.

Grata pelo apoio durante a Revolução Francesa de 1789, a França decide oferecer um presente aos Estados Unidos da América. O escultor Frederic Auguste Bartholdi e o engenheiro Gustave Eiffel são convidados a criar uma figura que representasse “A Liberdade iluminando o mundo” e é escolhido este pequeno pedaço de terra para instalar tão importante oferta.

A partir de 1881 e durante 3 anos, é levada a cabo a construção do pedestal onde será colocada a Estátua da Liberdade que foi esculpida em França e transportada de barco para Nova Iorque, toda em secções que foram depois montadas no local onde hoje se encontra. A sua inauguração é levada a cabo no dia 28 de Outubro de 1886.

Esta obra colossal feita em cobre, bronze e ouro, tem uma altura de aproximadamente 93 metros sendo que 47 metros são do pedestal e 46 metros de altura da estátua. O peso do seu conjunto, cerca de 25 mil toneladas, faz dela a estátua mais pesada do mundo!

A deusa romana Libertas carrega na mão direita uma tocha e na mão esquerda a Declaração de Independência dos Estados Unidos (4 de Julho de 1776). Sob os seus pés está uma corrente quebrada que significa o fim da escravatura. Os 7 bicos da coroa significam os sete mares e as suas 25 janelas representam o número de pedras preciosas encontradas na Terra.

No seu pedestal está escrito este soneto da poetisa americana Emma Lazarus, neta de imigrantes portugueses: “Venham a mim as multidões, pobres, confusas e ansiosas pela liberdade. Venham a mim os desabrigados, os que estão sob a tempestade… eu guio-os com a minha tocha.”

Em 1924 a estátua é declarada Monumento Nacional e em 1956 a ilha passa a chamar-se Ilha da Liberdade. Funcionou como farol até 1902 e, nessa qualidade, foi pioneira a utilizar iluminação eléctrica. A Estátua da Liberdade, ícone dos Estados Unidos e símbolo de boas vindas a todos os que chegam do exterior, foi declarada Património Mundial da UNESCO em 1984.

Além da estátua, na Liberty Island os visitantes ainda podem caminhar pelo parque e apreciar a vista para Manhattan. Café, restaurante, loja de souvenirs e W.C. também estão à disposição dos turistas.




Partimos de seguida para a vizinha Ilha Ellis (nome do primeiro proprietário), que em 1808 é comprada pelo Governo Federal para construir o Fort Gibson e fortalecer a defesa do Porto de Nova Iorque. Mais tarde, durante as Guerras Mundiais, serviu de prisão para os inimigos.

É nesta ilha que a História da Imigração se funde com a História dos Estados Unidos da América. Situada na foz do Rio Hudson, tornou-se um símbolo da imigração mundial no século XIX quando o país é alvo de um movimento migratório nunca antes visto na História da Humanidade.

Passaram por aqui 12 milhões de pessoas à procura de uma oportunidade, numa altura em que a Europa vivia um período difícil marcado por conflitos, pobreza e doenças. Todos os dias aqui chegavam milhares de imigrantes em navios a vapor, mas 2% deles perdiam a viagem porque a sua entrada não era aceite. Assim foram separadas várias famílias.



O processo de entrada e aceitação demorava várias horas, até que fosse obtido o visto de permanência. Havia um hospital para onde eram encaminhados os que se encontravam doentes e os que tinham que ficar de quarentena.


Em 1954 esta estação de imigração é encerrada. Em 1990, o edifício onde se faziam os registos de entrada foi alvo de obras de recuperação e transformado no Museu Nacional da Imigração dos EUA. Visitá-lo significa receber uma preciosa lição de História. Calcula-se que metade dos americanos sejam descendentes de imigrantes!



Aqui tudo está muito bem explicado e documentado: de onde vinham todas estas pessoas e como viviam depois de entrar no país. Fotografias, objectos e áudio ajudam a compreender os costumes e a culturalidade que aqui se instalou.



Os confrontos étnicos e raciais e a luta pelo direito de voto também aqui estão relatados. O museu enaltece o facto de todas estas pessoas terem contribuído para que este país americano se tornasse na grande potência mundial que é hoje.


A livraria no 3º andar, que contém toda a espécie de documentos e livros sobre este tema, recebeu o nome de Bobe Hope Memorial Library para homenagear o imigrante mais famoso da América.

Bob Hope chegou ao país com 4 anos, vindo de Inglaterra com os seus pais e irmãos. Morreu com 100 anos e com o título de artista mais honrado da História com mais de 2000 prémios recebidos, que lhe valeram um lugar no Guiness Book of World Records.




Mais de 3 milhões de pessoas visitam anualmente estes locais. Os barcos saem de Battery Park em Downtown Manhattan entre as 8h30 e as 16h30 durante o Verão e entre as 9h30 e as 15h30 durante o Inverno, com partidas a cada 20 minutos.


Param primeiro em Liberty Island e depois em Ellis Island voltando depois para Manhattan. O percurso é sempre assim e nunca a ordem das paragens é invertida. No preço dos ingressos já está incluída a viagem de barco e pode ficar nas ilhas o tempo que quiser até à partida da última embarcação.


Após os atentados do 11 de Setembro de 2001, a segurança foi reforçada. Antes de embarcar, os procedimentos e limitações são em tudo semelhantes aos dos aeroportos e por isso deve contar com alguma demora nesta fase.

A visita à cidade que nunca dorme jamais estará completa se não passar por aqui e sendo assim, venha saber como este país se tornou a maior potência económica, militar e cultural do mundo.

♥ Boa viagem ♥
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