Era uma visita muito aguardada. Desde muito cedo que nos habituámos a vê-lo nos filmes americanos e sempre achámos que este parque tinha um fascínio muito particular. Quando demos os primeiros passos no sentido da entrada, o coração bateu mais forte! Estávamos lá… no Central Park em Nova Iorque!!!

O maior parque urbano dos Estados Unidos da América é visto como uma lufada de ar puro no meio da “selva de pedra” de Manhattan. Para o percorrer na totalidade precisa, pelo menos, de dois dias. Com 4 Km de comprimento e mais de 800 metros de largura, este parque oferece, a quem o visita, um sem número de condições para a prática de actividades desportivas, culturais e de lazer.

O Central Park é limitado a Norte pela Central Park North (110th St), a Sul pela Central Park South (59th St), a Oeste pela Central Park West (8th Av) e a Este pela 5th Avenue (a única que mantém apenas este nome por ser mundialmente conhecida).

Embora pareça natural, na verdade todo o terreno foi inteiramente ajardinado, tendo sido ainda construídos lagos artificiais, trilhos para caminhadas e bicicletas, pistas para patinagem no gelo e campos de jogos.

Frederick Law Olmsted foi o arquitecto paisagista e botânico que idealizou este espaço, juntamente com o designer Calvert Vaux. A inauguração deu-se em 1857 e calcula-se que passem por aqui, anualmente, 37 milhões de pessoas!

O Central Park Conservancy é a organização sem fins lucrativos que cuida do parque e protege a sua fauna e flora, onde se podem encontrar alguns exemplares únicos no mundo.


The Pond é o lago que dá as boas vindas aos visitantes que aqui entram pelo lado Sudeste. Na sua superfície espelhada, reflectem-se os arranha-céus e os esquilos vêm cumprimentar-nos. A Gapstow Bridge completa este cenário idílico de boas-vindas.


Logo a seguir fomos espreitar o Zoo que foi construído em 1984 e cuja maior atracção é a piscina dos leões-marinhos. Mais recentemente foi criado o Children’s Zoo, uma área onde as crianças podem interagir com animais domésticos e da quinta.


O Relógio Delacorte (nome do editor e filantropo que o doou em 1965), encontra-se junto da entrada do Zoo e faz a delícia das crianças. Todos os dias entre as 8h e as 18horas e a cada hora e ½ hora, uma banda de animais tocando vários instrumentos anda à roda do relógio dando a conhecer uma das 44 músicas que compõem o repertório desta atracção.

Ao lado encontra-se O Arsenal, um edifício de tijolos cuja construção foi concluída em 1851 e que serviu como armazém de armas e munições. Actualmente abriga o Departamento de Parques e Recreação de Nova Iorque e o Centro de Conservação de Vida Selvagem.

No Dairy Visitor Center encontra não só souvenirs e mapas do parque e da cidade, mas também informação sobre espectáculos, eventos e exposições a decorrer. Também tem disponível informação sobre a história deste parque e pode aqui inscrever-se como sócio da organização que cuida deste espaço.

Ali ao lado e numa área muito agradável, fomos encontrar The Chess & Checkers House, uma casa aberta onde se pode jogar xadrez, damas ou dominó. Os jogos estão à disposição de quem os queira usar, sendo apenas necessário solicitar o seu empréstimo no local.


São famosos os extensos campos de relva do Central Park. Cedar Hill é muito procurado para piqueniques e para apreciar a beleza das árvores que o rodeiam, principalmente quando estão em flor.

Sheep Meadow é o relvado onde todos se querem deitar a apreciar o sol ou a paisagem circundante da cidade. Esta extensão de área relvada foi desenhada com a finalidade de transmitir calma e bons pensamentos a quem dela usufruísse. Este campo encerra ao público durante o Inverno até que o relvado se restabeleça.

Ao longo desta belíssima visita encontrará 29 esculturas de vários artistas, a maior parte delas provenientes de doações. Ao longo do Passeio Literário está concentrado um estatuário de autores e poetas.


E agora chegamos à zona sensação deste parque cujo centro é O Lago, criado com o objectivo de fornecer todas as condições de desenvolvimento e protecção da vida selvagem. A Bow Bridge (Ponte do Arco) que divide este lago em duas partes, é uma das mais belas pontes que aqui pode encontrar (e são muitas) e a segunda mais antiga da América!


E agora, atenção amantes de fotografia… chegamos ao Terraço e Fonte Bethesda! O acesso ao Terraço faz-se por baixo de Terrace Drive (uma das vias de circulação que atravessa o Central Park).

Este espaço e a sua bela escadaria, construídos em 1860, tem umas arcadas cujo tecto é composto por telhas de cerâmica de Minton (Inglaterra). Para além da sua beleza, este tecto ajuda a criar condições acústicas extraordinárias, sendo frequente ver por aqui artistas exibindo os seus dotes.


A Fonte Bethesda foi construída entre 1859 e 1864 no local onde passa o Aqueduto de Croton, para lembrar o primeiro sistema criado para levar água purificada para Nova Iorque em 1842. Aqui o Anjo Bethesda abençoa as águas, conferindo-lhe propriedades curativas. O Anjo tem um lírio na mão esquerda simbolizando a pureza da água, facto muito importante para a cidade que foi devastada por uma epidemia de cólera entre 1827 e 1832. Esta é a única estátua construída com os fundos do parque.

The Reservoir foi construído em 1860, para servir como reservatório temporário de água enquanto o Aqueduto de Croton encerrava duas semanas por ano para manutenção.

O Reservatório, com 13 metros de profundidade e com capacidade para aproximadamente 4 milhões de m³ de água, era o local à volta do qual Jackie Kennedy Onassis fazia as suas actividades desportivas diárias. Em 1994, aquando da sua morte, a cidade de Nova Iorque prestou-lhe homenagem atribuindo o seu nome ao Reservatório.

The Boathouse é um fantástico complexo que comporta restaurante, bar, salão para eventos e esplanadas. Aqui pode fazer uma requintada refeição ou então comer, por exemplo, o melhor cachorro da cidade por um preço muito razoável e com tudo a que tem direito. Ao lado, pode alugar um barquinho a remos e fazer um agradável passeio no lago.



Do lado Este tem a zona de Conservatory Water onde se fazem competições de barquinhos à vela que pode alugar.



Continuando o passeio pelo lado Oeste do Lago, encontra locais que serviam antigamente para tomada e largada de barquinhos e também o Ladies Pavillion, criado em 1871 para servir de abrigo aos passageiros das Charretes que ainda hoje são uma tradição no parque.


Depois dos ataques do 11 de Setembro e por motivos de segurança, as Charretes deixaram de circular. Logo que foi possível, o Prefeito Rudolph Giuliani mandou retomar a circulação deste emblemático transporte turístico. Os preços deste passeio (máximo 4 pessoas) rondam os $55/20 minutos por viagem e não por pessoa, mas são negociáveis.
- Charrete na entrada Sudeste
O Belvedere Castle foi construído em 1869. Deste local, o mais alto do parque, consegue ter uma visão alargada da dimensão do Central Park e dos arranha-céus circundantes. Também daqui se contempla a Lagoa das Tartarugas (Turtle Pond).


É neste edifício que se encontra instalado o Departamento do Serviço Nacional de Meteorologia, que fornece a informação do tempo na cidade de Nova Iorque. As visitas a este ponto turístico fazem-se todos os dias das 10h às 17 horas.


São vários os jardins temáticos existentes no parque. O Shakespeare Garden fica junto ao Belvedere Castle e foi criado em 1913 para homenagear o escritor e poeta inglês. Aí vai encontrar flores e plantas às quais o autor se refere nas suas obras e ainda estátuas, caminhos e casinhas que lembram o seu legado.


Encontra o Conservatory Garden mais a Nordeste, que reúne os estilos italiano, francês e inglês e oferece um ambiente muito tranquilo e colorido para um passeio descontraído, ou até para ler um livro apenas acompanhado do som dos passarinhos ou da água da fonte central. Este jardim é muito procurado para a realização de casamentos.


O parque tem duas pistas de gelo. Antes da saída para o Harlem encontra o Lasker Rink, que fica mesmo ao lado do Harlem Meer (lago que determina o Nordeste do parque e onde se pode pescar).

Esta pista, durante o Verão, transforma-se em piscina pública de acesso gratuito. Está aberta todos os dias entre as 11h e as 19 horas e encerra entre as 15h e as 16 horas. Aqui há algumas regras de segurança para respeitar: não é permitido levar sacos ou mochilas para o recinto, apenas uma toalha, chinelos, água e um livro.

A Sudeste encontra-se o famoso Wollman Rink. Milhões de pessoas já aqui patinaram no gelo desde 1858, data da sua abertura. Aqui tem à disposição um snack-bar com bebidas quentes e frias e refeições leves. A sua esplanada é um bom local de contemplação para quem quer apenas observar as habilidades dos praticantes. O espaço abre todos os dias às 10 horas mas o horário de encerramento é variável. As tarifas são as seguintes: dias úteis, adultos $12/ crianças até 11 anos $6/ séniores $5. Fins-de-semana e feriados, adultos $19/ crianças $6/ séniores $9. Aluguer de skates $9 e cacifos $5. Durante o Verão este espaço transforma-se num grande parque de diversões.

O Central Park é muito usado para sessões fotográficas ou rodagem de filmes. É o caso, por exemplo, de Romeo & Juliet (1908), Die Hard (1994), Madagáscar (2005) ou a série Sex and the City.

Na esquina da entrada, a Sudeste do Central Park, há um espaço de rua disponibilizado gratuitamente para os escultores que queiram ali fazer exposições temporárias das suas obras. Quando lá estivemos, estava a decorrer uma mostra de mobiliário antigo feito em cimento, cuja autora é a americana Liz Glynn.

O Central Park está equipado com todas as infraestruturas de apoio aos visitantes. Para além de quiosques informativos e postos telefónicos de emergência, encontra vários bares, W.C., bebedouros (a água da rede pública é de muito boa qualidade) e muita vigilância por todo o parque, com a presença de polícia a pé e com veículos estrategicamente colocados.


Muito haveria ainda para dizer sobre este parque mas espero que todos vocês possam, um dia, ter a experiência que nós tivemos!

♥ Boa viagem ♥