Já percebemos que Coimbra é uma cidade encantadora e uma autêntica caixinha de surpresas! Depois de visitarmos a Universidade de Coimbra, demos por nós na entrada do Jardim Botânico junto ao Aqueduto de S. Sebastião.
– Vamos entrar?
– Claro que sim, isso nem se pergunta!



O Jardim Botânico da Universidade de Coimbra, que colabora com organizações internacionais dedicadas ao estudo das espécies, é um espaço magnífico que se estende ao longo de 13 hectares e onde está patente uma excepcional colecção de plantas de todo o mundo. Foi construído no século XVIII por ordem do Marquês de Pombal com a finalidade de estudar e criar plantas para fins medicinais.

No século XIX foi intensificada a troca de plantas e sementes com os principais jardins europeus e mundiais, com especial incidência em espécies australianas. Nessa altura chegaram da Indonésia sementes de uma planta que, após estudos, se veio a revelar importantíssima no combate à malária, doença que estava a provocar uma devastação na população em Portugal e no Ultramar.

Durante o nosso passeio por este belo espaço citadino e a sua mata, tivemos ocasião de apreciar uma grande variedade de plantas ornamentais, várias espécies de suculentas, plantas tropicais, leguminosas, uma grande variedade de narcisos oriundos dos países orientais e também a gigantesca figueira-estranguladora da Austrália que pode atingir os 60 metros de altura! Em Coimbra existe outro exemplar desta curiosa árvore de grande porte na Quinta das Lágrimas.



É impossível não reparar na Estufa Grande, logo à entrada do jardim. Um dos mais antigos exemplares da arquitectura do ferro e vidro em Portugal, guarda no seu interior várias espécies de plantas delicadas.


No lago interno está a crescer um exemplar do maior nenúfar do mundo. As suas folhas podem atingir os 2 metros de largura e suportar um peso até 40 Kg! As flores deste nenúfar são lindas, mas têm um ciclo de vida muito curto de apenas 2 dias. Esta espécie de nenúfar chama-se Vitória em homenagem à Rainha britânica com o mesmo nome que reinava na altura da sua descoberta e que, curiosamente, era uma entusiasta da ciência botânica.


A arquitectura barroca e neoclássica está presente ao longo do jardim nos seus arcos, portões, escadarias e fontes, por onde enveredámos com a sensação de termos pisado terreno de todos os continentes.



No passeio ao longo da mata, entramos na vasta área do bambuzal que protege a pequena Capela de S. Bento do século XVII. Por ser um local muito fresco, era usada pelos monges beneditinos (que ofereceram estes terrenos à universidade) para ali fazerem as suas orações privadas.



O percurso, que é sempre a descer, leva-nos até ao Parque Manuel Braga na margem do Rio Mondego. O jardim está aberto todos os dias a partir das 9h e até às 17h30 durante o Inverno encerrando às 20h durante o Verão. A entrada é gratuita.



Faça esta visita em família e aproveite para explicar aos mais pequenos a importância de cuidar de tudo o que de bom a Mãe Natureza nos proporciona, para que possamos todos usufruir durante muito tempo de tão agradáveis momentos.



♥ Boa viagem ♥