A necessidade de quebrar a rotina e uma promoção excelente num hotel em Albufeira levaram-nos a escolher o sul de Portugal como destino para quatro dias disponíveis numa ponte de Carnaval. Há muitos e muitos anos que não íamos ao Algarve e esta foi a altura certa. Sem multidões, sem trânsito e com bom tempo. Aqui fica o nosso roteiro para quem quer apenas descontrair e passear calmamente, sem visitas exaustivas. Desfrutar…

1.º Dia
Saímos de Lisboa bem cedo com destino a Albufeira, o nosso porto de abrigo durante 3 noites. Apanhámos a A2 e, como não queríamos fazer o percurso em autoestrada, saímos em Grândola e continuámos por estradas nacionais percorrendo o Parque Nacional do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina.

A primeira paragem para descansar foi em Odemira. Aproveitámos a hospitalidade de um restaurante, junto à rotunda da entrada da vila, que tem tudo o que o viajante precisa: parque de estacionamento, sanitários com fraldário, serviço de restaurante com take-away, bar com esplanada e, se quiser experimentar a sorte, uma agência de Jogos Santa Casa. Logo ao lado, uma bomba de gasolina dá jeito.

Depois de um bem-vindo cafezinho foi tempo de esticar as pernas e dar uma voltinha pelo simpático parque à beira do rio Mira.

De volta à estrada atravessámos a ponte e seguimos pela N120 fazendo, uns quilómetros mais à frente, um desvio para Odeceixe, vila que marca o início do Algarve.

Continuámos até à lindíssima praia de Odeceixe, considerada uma das mais belas de Portugal, e onde desagua a ribeira de Seixe.

A magnífica vista convidava ao almoço e resolvemos aproveitar um miradouro para fazer um piquenique.

Seguimos, então, à descoberta da costa sul do Algarve. Assim, abandonámos a N120 e virámos à direita para a N268, que termina na Ponta de Sagres, junto à fortaleza.

A entrada na Fortaleza de Sagres faz-se pelo Portão Monumental encimado por um escudo de armas. O Bilhete individual custa 3€ mas existem descontos para jovens, estudantes, 3ª idade e famílias numerosas. As crianças até aos 12 anos não pagam e aos domingos e feriados até às 14 horas a entrada é gratuita para todos os cidadãos residentes em território nacional. Dentro do Forte uma loja, um bar restaurante e sanitários dão apoio ao visitante.

Estrategicamente construída sobre um promontório integrado no Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina, a Fortaleza de Sagres foi durante séculos um local de defesa marítima ficando para sempre ligada à história dos Descobrimentos Marítimos Portugueses.

Na Praça de Armas existem várias edificações históricas como o Torreão Central, as antigas casas da primitiva Vila do Infante, a Igreja da Nossa Senhora da Graça e o Padrão de Sagres.

Subindo às muralhas encontramos um conjunto de canhões dispostos em torno do promontório.

No entanto o que mais chama a atenção é a magnifica vista panorâmica ao longo da costa em que podemos admirar o cabo e Forte de São Vicente, as enseadas de Sagres e as imediações integradas no Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina.

De volta à estrada, tomando a N125 que acompanha todo o litoral sul do Algarve, seguimos para a cidade de Lagos de onde tantas naus partiram à descoberta dos mares.

Sem constrangimentos de trânsito estacionámos junto à praia da Batata e partimos para um passeio a pé.

A vista é magnífica! Além de um espaço amplo com jardins bem cuidados avista-se, para lá do canal e da marina, o extenso areal da Meia Praia que se prolonga por cerca de cinco quilómetros.

Em frente ao castelo de Lagos um belo espaço ajardinado expõe o brasão da cidade e a estátua de Gil Eanes, uma homenagem ao descobridor que daqui partiu e dobrou o Cabo Bojador.

Depois, um passeio pela marginal leva-nos até à Praça Infante Dom Henrique com destaque para a estátua do navegador, que foi o impulsionador dos Descobrimentos Marítimos Portugueses e que aproveitou a estratégica localização da então vila de Lagos para ponto de partida de tantas caravelas e naus à descoberta de mares nunca antes navegados.

À volta da praça ainda podemos visitar a Igreja de Santa Maria e apreciar a arquitectura local como o edifício do Armazém Regimental, datado de 1665.

O destino seguinte foi a cidade de Portimão para uma breve paragem junto a um miradouro na praia da Rocha de onde desfrutámos da magnífica paisagem que esta praia e as suas arribas nos proporcionam.


O dia já ia longo e seguimos para Albufeira, para o Hotel Real Bellavista & Spa onde ficámos alojadas em regime de tudo incluído.

As instalações foram uma agradável surpresa. Bons quartos e um Buffet variado e bem confeccionado. A pé fica um pouco distante da praia, mas o hotel tem transporte gratuito para o centro da cidade.

2.º Dia
Depois de um excelente pequeno-almoço partimos em direcção à cidade de Faro fazendo a primeira paragem na sofisticada localidade de Vilamoura, empreendimento criado propositadamente para receber os veraneantes mais exigentes.

O complexo, construído junto a belas praias, possui edifícios e resorts de requintada arquitectura e luxuosos hotéis com vista sobre o mar e a marina.

Vilamoura pertence à freguesia de Quarteira, concelho de Loulé e ao longo do caminho, extremamente bem cuidado, que atravessa todo o bairro, são visíveis os vários campos de golfe e de ténis existentes no local que também conta com um clube hípico e muitas outras actividades desportivas.

Depois de uma volta na praia de Vilamoura fomos visitar a marina, a principal atracção do local.

E tivemos sorte! Estava a decorrer uma prova náutica que ainda embelezou mais este espaço, sempre repleto de embarcações de vários portes e rodeado de requintados restaurantes, bares e lojas que fazem as delícias dos visitantes.

A marina de Vilamoura tem sido reconhecida, nos últimos anos, como sendo a melhor de Portugal e uma das melhores a nível mundial tendo sido distinguida por três anos consecutivos como a melhor marina internacional o que levou à atribuição do prémio “International Marina of Distinction 2015-2017” atribuído pela The Yacht Harbour Association (TYHA), em Janeiro de 2017.

De olho cheio com tão agradável visita partimos então para Faro, a capital do distrito de Faro e da província do Algarve. Deixámos o carro estacionado junto à doca e partimos à descoberta do Centro Histórico da cidade.

Na nossa frente, qual uma pintura, avista-se o Parque Natural da Ria Formosa, o grande destaque de todo o concelho e eleito uma das Sete Maravilhas Naturais de Portugal. Para quem tiver tempo de visitar esta área protegida, existem pontos de venda de excursões de barco onde pode apreciar uma grande diversidade de flora e fauna. Um paraíso para os amantes de observação de aves, que alberga mais de 20.000 aves aquáticas durante a época de invernada.

Seguindo pelo Jardim Manuel Bívar em direcção ao portal monumental do recinto muralhado e desfrutando da paisagem, passámos no Arco da Vila e chegámos ao Largo da Sé.


No largo, rodeado de laranjeiras, além da Sé de Faro, estão instalados prestigiados edifícios como a Câmara Municipal, o Paço Episcopal e o Seminário Episcopal de S. José.

Construída entre os séculos XIII e XVIII, levando assim a vários estilos arquitectónicos como o gótico, maneirista e barroco, a igreja foi elevada a Sé em 1577.

Depois foi tempo de dar uma volta pelas antigas e charmosas ruelas que embelezam a cidade.

Regressámos a Albufeira onde passaríamos a tarde a visitar calmamente parte da vila e a desfrutar da bela paisagem costeira.


Depois do jantar um descontraído passeio para descobrir os encantos da noite em Albufeira que, ao contrário da época balnear, é bastante sossegada nesta altura do ano.


3.º Dia
Aproveitando o transporte gratuito entre os hotéis Real Bellavista de Albufeira e o Grande Real Santa Eulália que o hotel proporciona aos hóspedes, partimos de manhã para uma visita à praia de Santa Eulália.

O que encontrámos foi uma verdadeira surpresa. A poucos quilómetros de Albufeira e considerada uma das mais belas do Algarve, a praia de Santa Eulália situa-se numa pequena baía rodeada de pequenas arribas e de um pinhal.

No verão não chega para tantos veraneantes mas nesta altura do ano e com a praia vazia a paisagem mostra-se com todo o seu esplendor. Um passeio pelo areal permite-nos descobrir os recantos resultantes das formações rochosas e da erosão do mar.

Em frente, vale a pena uma visita ao luxuoso Grande Real Santa Eulália Resort & Hotel Spa que, além da beleza que adiciona ao espaço permite, dos seus terraços, admirar a paisagem num outro nível. A não perder.

Após o almoço e de novo em Albufeira, mais uma voltinha por outros locais da vila, à descoberta das pitorescas ruelas.



4.º Dia
Não resistimos e assim, de manhã, voltámos a Santa Eulália para mais um passeio neste local que tanto nos encantou.

Depois do almoço estava na hora da partida para Lisboa. Na bagagem trouxemos a recordação de quatro dias bem passados e descontraídos a descobrir um Algarve tão bonito e tão diferente do que tínhamos visitado há muitos anos atrás.

Uma coisa é certa. Ficou logo decidido que voltaríamos para fazer o restante percurso até Vila Real de Santo António. E assim foi…
♥ Boa viagem ♥