Coimbra – a cidade dos doutores, dos amores e da saudade

É conhecida por ser a “Cidade dos Estudantes”, foi capital do Reino de Portugal, palco de trágicos amores e berço de uma das universidades mais antigas e prestigiadas da Europa. Estamos em Coimbra uma das mais belas e charmosas cidades portuguesas. Durante dois dias visitámos esta cidade cheia de carisma e tradições que combina a sua elevada importância histórica e cultural com paisagens deslumbrantes.

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Vista do Rio Mondego a partir da torre da Universidade

Coimbra nasceu nas margens do Rio Mondego e foi na freguesia de Santa Clara, na margem esquerda do rio, que ficámos alojadas durante duas noites no Riversuites, um hotel de 3 estrelas, simples, com quartos pequenos, mas com funcionários muito atenciosos, limpeza irrepreensível e um bom pequeno almoço.

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O “Riversuites” fica na Av. João das Regras, junto à Ponte de Santa Clara

Tem como mais valia a localização, muito perto de algumas das principais atracções e monumentos. Mesmo ao lado tem uma vasta oferta de restaurantes, geladarias e cafés. Se ficar alojado nesta zona da cidade, ainda tem a vantagem de conseguir estacionamento gratuito nas ruas que rodeiam o Portugal dos Pequenitos e a Quinta das Lágrimas ou então pode optar pelo parque de estacionamento, quase ao lado do Riversuites, com tarifas diárias reduzidas.

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A “Tricana de Coimbra”, figura típica da cidade desde o século XIX

No primeiro dia começámos por explorar a zona de Santa Clara e a primeira visita foi ao Portugal dos Pequenitos que recomendamos fazer logo de manhã cedo porque, com o passar do tempo, as filas para as bilheteiras vão sendo maiores e o parque fica muito cheio.

ENTRADA
Entrada do “Portugal dos Pequenitos”

Horário do parque: 1 de Junho a 15 de Setembro das 9h às 20h/ 16 de Setembro a 15 de Outubro das 10h às 19h/ 16 de Outubro a 28 de Fevereiro das 10h às 17h. O preço da entrada é o seguinte: grátis até aos 2 anos, 6,50€/até aos 13 anos e séniores, 10,50€/adultos. São praticados preços especiais para famílias. Pessoas com mobilidade reduzida, desde que se desloquem em cadeira de rodas, têm redução de 50% no preço do bilhete.

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As casinhas típicas que fazem as delicias de quem por ali passa

O Portugal dos Pequenitos, inaugurado em 1940, é um projecto do Arquitecto Cassiano Branco seguindo uma ideia do Professor Bissaya Barreto. O espaço é uma mostra, através de construções miniatura extremamente detalhadas, de monumentos portugueses espalhados pelo mundo e das várias culturas que ligam Portugal e as suas ex-colónias. O parque foi criado essencialmente para as crianças, mas encanta pessoas de todas as idades.

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O comboio que faz as delícias das crianças

Um pouco mais abaixo e ainda de manhã, seguimos para aQuinta das Lágrimas para visita aos jardins que ficariam para sempre ligados à lenda do amor secreto de Pedro e Inês. Aqui simplesmente passeie, oiça o som da água das fontes e desfrute da frescura da mata com espécies raras de árvores e plantas, ao mesmo tempo que se vai inteirando acerca das lendas ligadas a este local e que deram origem a tantas obras literárias ao longo do tempo!

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Porta e janela neogóticas na Quinta das Lágrimas

O palácio do século XIX que ali se encontra, está agora transformado num luxuoso hotel. O jardim pode ser visitado de terça-feira a domingo a partir das 10h. No Inverno encerra às 17h e no Verão às 19h. O ingresso tem o custo de 2,50€/adultos e 1€/ séniores e menores de 15 anos.

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Entrada do Hotel Quinta das Lágrimas

Depois do almoço, foi a vez de visitar o Mosteiro de Santa Clara-a-Nova construído no século XVII para acolher as religiosas Clarissas, devido à progressiva degradação do Mosteiro de Santa Clara-a-Velha. Em 1696, a igreja foi dedicada a Santa Isabel de Portugal e os restos mortais da Rainha Santa foram depositados numa urna de cristal na tribuna do altar-mor.

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Mosteiro de Santa Clara-a-Nova

O mosteiro reúne ainda um importante espólio artístico e religioso e conta com um dos maiores claustros do país. O mosteiro está aberto todos os dias a partir das 9h. No Inverno encerra às 17h e no Verão às 18h30. A entrada custa 3€ e é gratuita para crianças até aos 6 anos.

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O bonito claustro do Mosteiro de Santa Clara-a-Nova

Já ao fim da tarde atravessámos a ponte de Santa Clara, que foi inaugurada em 1954 e liga as duas margens do rio Mondego, para acabarmos o dia a passear na baixa de Coimbra.

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Ponte de Santa Clara sobre o Rio Mondego

O Largo da Portagem, nome dado ao local onde era feita a cobrança de impostos sobre as mercadorias que entravam na cidade, é a principal praça do centro de Coimbra e está rodeada de prestigiados edifícios como o Hotel Astória e o edifício do Banco de Portugal. Aqui encontra uma grande variedade de restaurantes e cafés com excelentes esplanadas. No entanto, se quiser jantar não se atrase porque fecham cedo.

PRAÇA
O Largo da Portagem tem ao centro um monumento em homenagem a Joaquim António de Aguiar, um importante político português nascido nesta cidade no final do século XVIII
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O edifício do Hotel Astória, uma bonita construção dos primeiros anos do século XX

Tem início no Largo da Portagem a principal rua da baixa de Coimbra, a rua Ferreira Borges, apenas pedonal e onde se encontram várias lojas de todo o tipo com especial destaque para o comércio e doçaria tradicional.

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A Rua Ferreira Borges
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Um edifício curioso na Rua Ferreira Borges
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Nas ruas de Coimbra ouve-se boa música

Seguindo em frente aparece a Praça 8 de Maio onde se destacam a Câmara Municipal de Coimbra e o Mosteiro de Santa Cruz. O Mosteiro de Santa Cruz, fundado em 1131, é um dos principais monumentos não só da cidade, mas também do país devido à sua artística arquitectura.

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Edifício da Câmara Municipal de Coimbra
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Mosteiro de Santa Cruz

No seu interior encontram-se os túmulos de D. Afonso Henriques e D. Sancho I, os dois primeiros Reis de Portugal. As visitas fazem-se todos os dias entre as 9h30 e as 17h30. O acesso à igreja é gratuito, mas para ver os restantes espaços tem que pagar um bilhete que custa 3€.

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Interior da igreja do Mosteiro de Santa Cruz onde se vê o seu bonito órgão construído em meados do século XVI

Depois de jantar fomos dar um passeio pelas margens do rio Mondego e visitar a bonita estação de comboios de Coimbra, mas também pode aproveitar a noite para assistir a um espectáculo ao vivo do tão tradicional fado de Coimbra.

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Cai a noite em Coimbra
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A bonita estação ferroviária de Coimbra foi inaugurada em Outubro de 1885
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Monumento de homenagem ao Fado de Coimbra: “Coimbra terra de encanto/ fundo mistério é o seu/ chega a ter saudades dela/ quem nunca nela viveu”…

Depois de uma noite bem dormida, o segundo dia começou com a subida até à Universidade de Coimbra, o ex-libris da cidade. A subida a pé até ao topo da colina não é fácil. As ruas são muito íngremes e o piso em pedra não ajuda. Mas vale a pena o esforço para ir apreciando as ruelas ao longo do percurso e as famosas “repúblicas” nome pelo qual são conhecidas as residências de estudantes.

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Sempre a subir…
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Uma das muitas “repúblicas”

Para atingir esse objectivo fomos à rua Ferreira Borges e virámos para a Rua do Arco para passarmos pela Porta de Barbacã, uma construção manuelina que serviu de reforço à defesa da cidade.

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Porta de Barbacã

Mais adiante, a Porta e Torre de Almedina eram a principal entrada na cidade para civis e militares e a sua construção data do século XI.

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Porta e Torre de Almedina

A meio caminho uma paragem para visitar a Sé Velha, cuja arquitectura se assemelha à Sé Catedral de Lisboa uma vez que a construção de ambas foi atribuída a Mestre Roberto e decorreu ao mesmo tempo, durante o século XII. Está aberta todos os dias entre as 10h e as 18h, excepto à quinta-feira que encerra às 16h. A visita completa dos claustros e galerias custa 2€, mas a igreja tem acesso gratuito.

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Sé Velha
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O riquíssimo retábulo do altar-mor construído no século XV
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A torre da capela-mor e a torre-lanterna românicas da Sé Velha

Mesmo no topo da colina, lá está ela… a Universidade de Coimbra, uma das mais antigas do mundo e Património Mundial da UNESCO desde 2013. A Porta Férrea é a entrada para o Pátio e Paços da Escola que dá acesso aos vários edifícios e oferece vista panorâmica sobre a cidade.

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Palavras para quê? É a Universidade de Coimbra!…
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A Porta Férrea

O Pátio é de entrada livre, mas para visitar o interior do Palácio Real, da Capela de S. Miguel e Biblioteca Joanina terá de comprar ingressos. É necessário marcar um horário para visitar a Biblioteca Joanina que só permite a entrada de 60 visitantes a cada 20 minutos. Pode fazê-lo na hora de comprar os bilhetes cujo custo é o seguinte: grátis até aos 12 anos, 12,50€/adultos, 6,25€/até aos 18 anos e 10€/séniores e estudantes. Os diferentes espaços estão abertos todos os dias entre as 10h e as 19h.

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O Paço das Escolas é um autêntico miradouro com vista para a cidade e o rio

Se tiver pernas e coragem, por mais 1€, pode subir os 180 degraus que levam ao topo da Torre do Relógio de onde pode desfrutar da magnifica vista panorâmica, que se estende por vários quilómetros, sobre o rio Mondego e a cidade de Coimbra.

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O que a vista alcança, no cimo da Torre da Universidade

Começando a descer a colina, no Largo da Feira dos Estudantes, encontramos a sublime Sé Nova de Coimbra cuja construção remonta ao final do século XVI. Os estudantes são a alma da cidade e é aqui neste largo que todos os anos acontece o ponto alto da Bênção das Fitas. O horário da Sé é o seguinte: de terça-feira a sábado das 8h30 às 12h e das 14h às 18h30. Domingos das 9h às 12h30 e das 17h às 19h. Encerra à segunda-feira e dias feriados. A entrada é gratuita.

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Fachada principal da Sé Nova
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Vista interior da nave central da Sé Nova
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A capela-mor e o bonito retábulo do século XVII
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O bonito órgão e o cadeiral

Logo ao lado, é imperdível a visita ao Museu Nacional Machado de Castro, integrado em 2019 na área classificada pela UNESCO como Património Mundial da Humanidade da Universidade de Coimbra, Alta e Sofia. É um dos mais importantes museus de belas-artes de Portugal e abriu ao público em Outubro de 1913. O seu espólio é de incalculável valor!

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Entrada do Museu Nacional de Machado de Castro
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“Deposição de Cristo no túmulo”, uma impressionante escultura em terracota executada por João de Ruão no século XVI

O museu encerra à segunda-feira. À terça-feira abre entre as 14h e as 18h e de quarta-feira a domingo das 10h às 18h. O bilhete custa 6€/adultos e 3€/séniores e estudantes. A entrada é livre até aos 12 anos e para pessoas em situação de desemprego. O museu proporciona entrada livre para todos os cidadãos aos domingos e feriados até às 14h.

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Pátio interior de entrada no museu

Depois de almoçarmos uma refeição bem confeccionada e com um preço razoável no restaurante “O Sé Nova”, continuámos em direcção à Praça D. Dinis e seguindo o Aqueduto de S. Sebastião ou dos Arcos do Jardim encontramos a entrada para o Jardim Botânico. Este aqueduto é uma construção do século XVI que aproveitou as ruínas do antigo aqueduto romano que levava a água à parte mais alta da cidade.

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Na Rua Borges Carneiro encontramos o Restaurante “O Sé Nova” com ambiente familiar e boa comida caseira
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A Faculdade de Medicina e o Departamento de Química servem de fundo à Praça D. Dinis onde um monumento presta homenagem a este Rei de Portugal (1279-1325), poeta e amante das artes e letras. Foi o primeiro monarca português alfabetizado.
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Aqueduto de S. Sebastião

O Jardim Botânico é um espaço magnifico, com uma colecção excepcional de plantas, que inclui o jardim clássico e a mata. Este sublime jardim construído no século XVIII, colabora com organizações internacionais dedicadas ao estudo das espécies. O jardim está aberto todos os dias a partir das 9h e até às 17h30 durante o Inverno encerrando às 20h durante o Verão.

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Jardim Botânico da Universidade de Coimbra
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Uma bonita escadaria

Sempre a descer pela mata o caminho leva-nos de novo à margem do rio Mondego e ao Parque Manuel Braga, local muito apreciado para a prática de desportos ao ar livre. Vale a pena passar a ponte pedonal Pedro e Inês, inaugurada em 2006, seguindo depois ao longo do Parque do Choupalinho que termina bem perto do Mosteiro de Santa Clara-a-Velha. A sua construção em estilo gótico do século XIII destaca-se na paisagem.

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Parque Manuel Braga
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Coreto em ferro do Século XIX de arquitectura Arte Nova
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Ponte pedonal Pedro e Inês
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Parque do Choupalinho

É possível visitar o interior do Mosteiro, mas o dia já ia longo e as bilheteiras já estavam encerradas. Ficámos pela vista exterior. O mosteiro está aberto de terça-feira a domingo das 9h às 17h durante o Inverno e das 10h às 18h no Verão. O bilhete custa 4€/adultos e 2€/séniores. A entrada é gratuita para jovens até aos 18 anos e pessoas com mobilidade reduzida e um acompanhante. O acesso é gratuito para todos os cidadãos aos domingos e feriados até às 14h.

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Mosteiro de Santa Clara-a-Velha
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Fachada do mosteiro

Depois de um dia inteiro a subir e a descer nas ruas de Coimbra, resolvemos descansar na esplanada da geladaria mesmo ao lado do hotel. Acabámos o dia a jantar no Largo da Portagem, na esplanada do restaurante “Bellini” que oferece menus a preços bem acessíveis e com atendimento muito simpático.

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É preciso repor as energias…
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Aqui comemos uma deliciosa lasanha, acompanhada com um bom vinho tinto e muita simpatia de quem nos serviu

Esta cidade da região Centro de Portugal que tão bem nos recebeu, fica à distância de 204 Km de Lisboa e a escassos 123 Km do Porto. Coimbra tem qualquer coisa de especial que nos faz sentir saudades na hora da despedida… e que nos incentiva a voltar. Assim faremos!

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Um passeio de barco no Rio Mondego que custa 8€ e tem a duração de 50 minutos. Ao fundo o Parque do Choupalinho e o Mosteiro de Santa Clara-a-Nova
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Saudade… a palavra portuguesa que não tem tradução!

♥ Boa viagem ♥

 

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