Portugal é um país que cresceu conquistado a pulso por Homens de coragem que definiram a nossa História. A Batalha de Aljubarrota travou-se na vila com o mesmo nome em 14 de Agosto de 1385. O Rei D. João I de Portugal e o seu Condestável D. Nuno Álvares Pereira, juntamente com os aliados ingleses, uniram forças contra as tropas espanholas vencendo a batalha e pondo fim a uma grave crise entre os dois reinos da Península Ibérica.

Esta foi uma das poucas batalhas campais da Idade Média e uma das mais decisivas da nossa História. A táctica militar de D. Nuno Álvares Pereira foi uma inovação que acabou permitindo que homens apeados levassem a melhor sobre um exército de cavalaria! Esta vitória permitiu também consolidar a aliança entre Portugal e Inglaterra, que se mantém até hoje.

O Rei D. João I mandou então construir (como pagamento da promessa que tinha feito à Virgem Maria se ganhasse a batalha) o mosteiro ao qual deu o nome de Mosteiro de Santa Maria da Vitória. Afonso Domingues foi o arquitecto chamado pelo Rei para dar corpo à obra. Seguiu-se-lhe David Huguet, um arquitecto irlandês casado com uma portuguesa. Mais tarde, o arquitecto Mateus Fernandes tomou conta da empreitada.

Os habitantes que moravam no local da construção que se passou a chamar vila da Batalha, chamaram ao colossal monumento Mosteiro da Batalha e é por este nome que é mais conhecido. A sua construção em estilo gótico e manuelino, durou quase 150 anos e atravessou o reinado de 7 Reis de Portugal. Com o terramoto de 1755 e a invasão das tropas de Napoleão, o mosteiro sofreu graves danos e foi alvo de grandes obras de restauro que lhe conferiram algumas transformações.

E agora que já vagueámos um pouco pela História de Portugal, vamos regressar ao presente e visitar esta obra grandiosa que nos aparece de repente no horizonte, imponente e majestosa, deixando-nos sem adjectivos para poder descrevê-la como merece!


A entrada para a igreja (área de visita gratuita) faz-se pelo portal principal, ricamente trabalhado com as figuras dos apóstolos, anjos e santos. Aliás, é de referir que todo o monumento foi construído com pedra de Porto de Mós, que ao longo do tempo ganhou uma cor amarelada e rosada que o caracteriza.




As dimensões da nave central da igreja deixam-nos sem palavras: com 80 metros de comprimento e 32 metros de altura, é uma das maiores de Portugal! Os magníficos vitrais que decoram as suas naves foram os primeiros criados no país.





À direita da igreja está a Capela do Fundador que abriga os túmulos do Rei D. João I e de sua esposa a Rainha D. Filipa de Lencastre assim como os dos seus filhos, os Príncipes de Avis.




O Claustro Real de um só piso, tem belas galerias onde o rendilhado trabalhado na pedra é digno da nossa admiração e, embora o jardim central tenha surgido já na época do Rei D. Manuel I, a sua estrutura já se fazia adivinhar. A belíssima fonte que se encontra junto à entrada do antigo refeitório conventual, foi ali erigida para que se cumprisse o ritual da lavagem das mãos antes das refeições.




No lugar do antigo refeitório encontra-se agora o Museu das Oferendas ao Soldado Desconhecido, que perpetua a memória da participação de Portugal na 1ª Grande Guerra Mundial. Também aqui se encontram as ofertas de várias entidades como forma de agradecimento aos combatentes portugueses que defenderam os nossos interesses na Europa, Ásia e África.



Ao lado está a Sala do Capítulo onde fica o Túmulo do Soldado Desconhecido, permanentemente iluminado pela “Chama da Pátria”. A abóbada desta sala foi considerada um desafio da arquitectura gótica europeia por não ter suporte central. O risco desta construção foi de tal modo elevado que, neste local, só trabalharam prisioneiros condenados à morte.


De seguida passamos para o Claustro de D. Afonso V, construído durante o reinado deste rei português. Como era mais pequeno e mais simples, era aqui que os frades dominicanos passavam a maior parte do seu tempo. Foi o primeiro claustro de dois pisos construído em Portugal.


Por último, visitamos as não menos exuberantes Capelas Imperfeitas mandadas construir pelo Rei D. Duarte para que ali fosse sepultado. Apesar de artisticamente perfeitas, foram assim chamadas por terem ficado inacabadas devido à morte do Rei e de Huguet. Ficou assim por fazer a grande abóbada central.







O mosteiro foi inaugurado em 1517 e veio mostrar o poder financeiro e de construção que os portugueses tinham na época. Nunca foi acabado uma vez que o Rei D. Manuel I vocacionou os seus interesses para os Descobrimentos Portugueses.


O Mosteiro de Santa Maria da Vitória, localizado no Distrito de Leiria, fica a 140 Km de Lisboa e a 20 Km do Santuário de Fátima. Está aberto todos os dias entre as 9h30 e as 17h30 e a entrada é gratuita aos domingos e feriados até às 14 horas. O ingresso é gratuito para crianças até aos 12 anos e pessoas em situação de desemprego, adultos/6€ e estudantes e séniores/3€.

Pela sua originalidade, bem cultural e génio criativo, o Mosteiro da Batalha recebeu a classificação de Património Mundial da UNESCO em 1983 e em 2007 foi eleito uma das 7 Maravilhas de Portugal na categoria de Património Arquitectónico. Precisa de mais algum incentivo para fazer uma visita a este belo mosteiro?

♥ Boa viagem ♥