As Grutas de Mira de Aire são uma das 7 Maravilhas Naturais de Portugal na sua categoria e umas das maiores grutas deste país. Numa zona de terra calcária onde não há rios, as águas da chuva em contacto com o solo foram dissolvendo o calcário nas encostas da Serra de Aire e Candeeiros, abrindo fendas que foram alargando e deram origem à formação de poços naturais ou algares, que é como os habitantes locais lhes chamaram.

Os portugueses têm um ditado popular que diz que “a necessidade aguça o engenho” e foi a vontade de procurar água, juntamente com a curiosidade e coragem de 4 homens da vila, que os levou a juntar algumas cordas e descer um desses algares. Decorria o dia 27 de Julho de 1947 e os homens ficaram estupefactos com o que os seus olhos viam: acabavam de ser descobertas as Grutas de Mira de Aire!!!

A notícia depressa se espalhou e chegou aos ouvidos de um grupo de espeleólogos de Lisboa que, de imediato, se deslocaram para o local a fim de dar continuidade à descoberta de tão importante obra da Mãe Natureza.

As grutas foram abertas ao público a 11 de Agosto de 1974. A sua extensão é superior a 11 Km, mas apenas 600 metros estão abertos ao público em geral. O seu ponto mais profundo, até agora descoberto, encontra-se a 230 metros.

No início da visita somos convidados a ver um pequeno filme sobre a descoberta das grutas e a zona onde estão inseridas. Em seguida começa a descida. Serão 683 degraus ao longo de 110 metros de desnível, pelo que não se aconselha a pessoas com pouca mobilidade ou crianças muito pequenas. A temperatura no interior das grutas é de 17 graus centígrados e constante ao longo de todo o ano.

As galerias, corredores e lagos por onde passamos são iluminados por 3000 lâmpadas, algumas coloridas, para evidenciarem alguns pontos importantes. Estudos revelaram que as formas calcárias da gruta foram formadas há 150 milhões de anos!!!



Na primeira fase da descida passamos pela área a que chamam “gruta fóssil” onde as estalactites (figuras calcárias que se formam de cima para baixo ou para os lados) e as estalagmites (figuras calcárias que se formam de baixo para cima) assumem configurações curiosas para as quais o guia vai chamando a nossa atenção, como a cara de perfil de uma velha, uma alforreca, esparguetes ou outras que a nossa imaginação cria, quando as observamos.



A cerca de 80 metros de profundidade passamos por uma galeria que, por ter excelentes condições naturais, foi transformada em zona de estágio de vinho tinto da região. As garrafas costumam aqui ficar durante 5 anos antes de serem comercializadas.


Na segunda fase da nossa visita, chegamos à “gruta semi-activa” onde se encontra o nível freático que origina os lagos subterrâneos cujas fontes iluminadas concedem um final apoteótico a este passeio pelas entranhas da terra.



A subida é feita por elevadores com capacidade para 22 pessoas de cada vez. A saída da gruta fica a cerca de 300 metros da entrada, mas esse pequeno percurso até ao parque de estacionamento (gratuito) está sinalizado com uma linha azul.



Em volta do complexo das grutas tem W.C., loja de souvenirs, restaurante e ainda uma pequena quintinha com animais, um relógio de sol, um moinho que ainda funciona e um parque aquático que está aberto entre Junho e Setembro.



As Grutas de Mira de Aire localizam-se no concelho de Porto de Mós, no distrito de Leiria e ficam a aproximadamente 120 Km de Lisboa e a 10 Km do Santuário de Fátima. Estão abertas todo o ano entre as 9h30 e as 17h30. Nos meses de Verão encerram às 19h30. O ingresso é gratuito para crianças até aos 5 anos, até aos 11 anos/4,20€ e adultos/7€.


A incursão por esta maravilha da natureza tem a duração de aproximadamente uma hora e é feita obrigatoriamente com guia. A entrada é feita em grupos a cada 20 minutos, independentemente do número de pessoas que estejam em espera.

♥ Boa viagem ♥