Todas as cidades em Portugal, têm as suas igrejas que foram construídas no cumprimento de actos de devoção ou para homenagear alguém. Todas elas são lindas, cada uma à sua maneira. O Porto não é excepção e é até a cidade portuguesa com maior número de igrejas por metro quadrado. Sendo assim, acho que é apropriado falar das que conheço. Se estiver caminhando pelo Porto, vai com certeza encontrar algumas. Não deixe de entrar, pois elas escondem uma grande riqueza cultural e arquitectónica.

Começo pela Igreja e Torre dos Clérigos que, juntamente com a Casa da Irmandade, marca a paisagem da cidade e é o seu ex-libris. Localizada no cimo da rua com o mesmo nome, esta obra foi projectada pelo arquitecto Nicolau Nasoni que aqui se encontra sepultado. O conjunto dos Clérigos foi construído entre os anos de 1732 e 1763. O espaço destinado a acolher a Irmandade dos Clérigos é hoje um museu.

A sua torre sineira, construída em granito e estilo barroco, tem 75 metros de altura e um carrilhão com 49 sinos. Subindo, vislumbra-se toda a cidade do Porto, mas tem que arranjar coragem para subir 225 degraus. As visitas fazem-se todos os dias das 9h às 19 horas e o ingresso custa 4€, sendo gratuito para crianças até aos 10 anos.


A Igreja dos Congregados fica na Praça Almeida Garrett, junto à Estação de S. Bento e foi construída em 1703. Em 1920 a sua fachada foi enriquecida com azulejos de Jorge Colaço e, no mesmo ano, Robert Léone pintou os vitrais que se encontram no seu interior e que não deve deixar de ver.

A Igreja do Carmo é geminada com a Igreja dos Carmelitas, na Praça de Carlos Alberto. Ambas foram edificadas entre os séculos XVII e XVIII em estilo barroco/rococó. A fachada lateral da Igreja do Carmo está decorada com um grandioso painel de azulejos com cenas alusivas à Ordem Carmelita e ao Monte Carmelo. No interior deste conjunto, salta à vista a riqueza da talha dourada nas capelas laterais e no seu altar-mor. A torre sineira da Igreja dos Carmelitas é, também, revestida a azulejos.



A Sé do Porto ou Igreja de Nossa Senhora da Assunção, no coração do Centro Histórico, é um dos mais antigos monumentos de Portugal. A sua construção, em estilo românico, é do século XII mas sofreu várias alterações ao longo do tempo. O claustro foi construído durante o reinado de D. João I, que aqui se casou com D. Filipa de Lencastre em 1387.

Em 1736, o arquitecto italiano Nicolau Nasoni acrescentou uma linda galilé barroca à fachada lateral da Sé. No seu interior existem três belos órgãos. Aqui se deu início ao desenvolvimento organístico no país. A Sé Catedral pode ser visitada todos os dias, das 10h às 19 horas.

A Igreja de S. Nicolau, junto ao Palácio da Bolsa, foi construída no século XVI, em estilo neoclássico e barroco, para fazer face ao número crescente de devotos das quatro freguesias em seu redor. Em 1861 a sua frontaria foi coberta com azulejos. No seu interior existe um valiosíssimo espólio de obras de arte e ourivesaria, razão pela qual se mantém aqui a sede da Confraria dos Ourives.


Andando pela Rua de Santa Catarina, vai deparar-se com a Capela das Almas, cuja construção data do século XVIII. Esta capela salta logo à vista porque tem a particularidade de ser revestida por 16.000 azulejos da autoria de Eduardo Leite e que ali foram colocados em 1929. Nesta obra de arte estão representados os passos da vida de São Francisco de Assis e de Santa Catarina, que ali são venerados. Não se admire, pois, se encontrar alguns turistas a olhar para estas paredes tentando seguir a História.


A Igreja de Santo Ildefonso marca a Praça da Batalha e foi construída entre 1730 e 1739. A sua imponente fachada com duas torres sineiras, está revestida com azulejos da autoria de Jorge Colaço, mostrando cenas da Eucaristia.


A Igreja de S. Francisco, na Rua do Infante D. Henrique, é o principal templo gótico da cidade e a sua construção é do século XIV. Uma rica rosácea gótica faz parte da fachada principal da igreja. O seu interior barroco foi revestido a talha dourada no século XVII. Mais de cem quilos de ouro foram usados nesta obra.

O cemitério catacumbal e a árvore de Jessé, também são de interesse histórico e merecem uma visita. Este conjunto pode ser visitado todos os dias, das 10h às 19 horas e o ingresso custa 4€.

A Avenida da Boavista e a Avenida Marechal Gomes da Costa foram construídas de forma a ligar o centro da cidade à zona da Foz. Nesses locais apenas existiam terrenos baldios, mas quando aí começou a crescer uma zona habitacional, houve necessidade de construir uma igreja e assim surgiu a moderna Igreja de Cristo-Rei, inaugurada em 1952 e que se localiza na Praça Dom Afonso V, entre as duas avenidas. Apesar da sua arquitectura mais contemporânea, não deixa de ser uma mais-valia para a paisagem circundante.

Não há forma de ignorar as riquezas que a cidade do Porto tem orgulho em exibir. Vá descobri-las, encante-se e divirta-se!

♥ Boa viagem ♥