É conhecida por ser mágica, apaixonante e mística. Reis, milionários e artistas renderam-se à beleza das suas paisagens. Estamos a falar da Vila de Sintra, o destino mais romântico de Portugal e Património Mundial da UNESCO desde 1995, título atribuído à sua Paisagem Cultural.

As mansões, quintas e palácios que povoam a sua serra e se multiplicaram nos séculos XIX e XX, serviram de inspiração a poetas, romancistas e pintores. O seu microclima que origina súbitos nevoeiros, dá-lhe o toque de mistério que faz desta vila um local único e especial.


Foi também devido ao clima peculiar que se desenvolveram aqui bosques e jardins, no meio dos quais se ergueram mosteiros e ermidas dedicados à contemplação e recolhimento. A Serra de Sintra é apelidada de “Monte da Lua” por estar ligada a lendas e elementos espirituais.

A Vila de Sintra modernizou-se e equipou-se com infraestruturas que acompanharam o aumento do fluxo de turismo. Aqui pode jogar golf ou fazer turismo de saúde mas a alma contemporânea da vila convive muito bem com a Sintra Histórica e é essa sua vertente que lhe vamos dar a conhecer num breve roteiro de fim-de-semana.

1º Dia
A Vila de Sintra fica apenas a 25 Km de distância de Lisboa e, embora possa fazer esse percurso de carro, leve em consideração que a circulação automóvel na vila não é fácil, principalmente no Verão e o estacionamento torna-se ainda mais difícil já para não falar no preço: 0.50€/hora no Inverno e 1.20€/hora no Verão!

Os comboios da CP que ligam Lisboa a Sintra e que partem da estação do Oriente ou do Rossio são uma excelente alternativa para aqui chegar. O percurso dura aproximadamente 40 minutos e cada viagem custa 2.25€.

Na saída da estação ferroviária de Sintra, encontra a paragem de onde partem os autocarros que fazem os circuitos turísticos da zona. Circulam a cada 15 minutos entre as 9h30 e as 18h30. Sugerimos que comece por apanhar a carreira 434 que faz o “Circuito da Pena”, cujo bilhete custa 5.50€/ida e volta.

Faça a primeira paragem do dia no Castelo dos Mouros que foi construído no século X. Devido à altitude, os árabes encontraram aqui o local ideal para construir as suas muralhas defensivas que contornam a serra. Ao longo dos seus caminhos de ronda é possível admirar uma paisagem deslumbrante de onde se avista a vila, o Palácio da Pena, a serra e o Oceano Atlântico.

A sua configuração é fruto de várias intervenções iniciadas por D. Afonso Henriques (1147), passando pelas alterações feitas por D. Fernando I (1383). Sofreu novos restauros após o terramoto de 1755 e durante o reinado de D. Fernando II no século XIX. De salientar que todas as intervenções foram ligeiras, tendo sido sempre respeitada a ideia arquitectónica inicial.

O Castelo dos Mouros está aberto todos os dias entre as 10h e as 18h e os ingressos custam 7.50€/adultos e 6€/crianças e séniors. Se pretende visitar vários monumentos, informe a bilheteira e adquira bilhetes combinados com direito a descontos.

De seguida apanhe de novo o autocarro 434 e, com o mesmo bilhete, prossiga a viagem para o Palácio da Pena. O Palácio da Pena ergue-se no segundo ponto mais alto da Serra de Sintra e foi mandado construir por D. Fernando II no século XIX.

O Rei adquiriu ainda o antigo convento manuelino da Ordem de S. Jerónimo que se encontrava devoluto. As duas partes, castelo e convento, foram ligadas por uma terceira estrutura de caminhos de ronda e torres de vigia.

No interior do palácio destacam-se os trabalhos em estuque, as pinturas, os azulejos e as valiosas peças que dão conta do gosto real pelo coleccionismo.

Foram mandados construir jardins românticos com árvores e plantas de várias proveniências e que, tirando partido do clima húmido, depressa se transformaram num parque muito apreciado para os passeios da realeza.

O Parque e Palácio da Pena estão abertos todos os dias com o seguinte horário: o Parque entre as 9h30 e as 20 horas e o Palácio entre as 9h45 e as 19horas. Os ingressos têm o seguinte preço: crianças até 6 anos/gratuito, 14€/adultos e 12.50€/séniores. Do interior dos jardins e até ao palácio é preciso percorrer uma subida um pouco íngreme. Um mini-bus está disponível para fazer este percurso interno de ida e volta pela quantia de 3€.

De volta ao Centro Histórico da vila, aproveite para fazer um intervalo para almoço num dos muitos restaurantes típicos e visite ainda as lojas de souvenirs onde os bordados, as porcelanas e os vinhos portugueses são muito procurados.


De tarde continue o passeio por esta bela localidade e apanhe a carreira 435 que faz o circuito “Villa Express” e cujo bilhete custa 2.55€/ida e volta. Desça na paragem do Palácio de Seteais para apreciar o seu exterior. Foi construído no século XVIII num terreno cedido pelo Marquês de Pombal, para o Cônsul holandês que tinha na altura o monopólio da exportação de diamantes.



A propriedade foi mais tarde adquirida pelo 5º Marquês de Marialva que ali gastou avultadas quantias em arquitetura e decoração de luxo. O palácio está localizado ao fundo do “Campo de Seteais” que era apenas usado pela família real para passeios a cavalo.

O Arco Triunfal que liga os dois corpos do palácio foi construído em 1802, em estilo neoclássico, por ocasião da visita do Rei D. João VI e da Rainha D. Carlota Joaquina.


Hoje em dia o palácio está convertido no Tivoli Palácio de Seteais, um luxuoso hotel de 5 estrelas e onde têm lugar vários eventos importantes. A propósito, a zona de Sintra está repleta de unidades hoteleiras com muita qualidade mas nem sempre adequadas a todas as bolsas. Se ficar alojado em Lisboa ou arredores provavelmente conseguirá preços mais em conta.

Volte a apanhar o seu autocarro 435 e, com o mesmo bilhete, siga para o Parque e Palácio de Monserrate. O palácio e jardins de Monserrate foram construídos em 1856, altura em que o milionário inglês Francis Cook adquiriu aqueles terrenos que estavam ao abandono à várias décadas.

Após a construção, Cook fez de Monserrate a residência da família e recheou-a de obras de arte. Em 1947 a família é obrigada a vender a quinta, depois de perder grande parte da fortuna. O seu valioso recheio foi leiloado e disperso por vários museus.

Em 1949 o Estado português comprou a propriedade ao comerciante de antiguidades de Lisboa, que a detinha. Hoje em dia aberto ao público, é possível apreciar os seus interiores em estilo árabe, assim como as suas janelas em estilo gótico e a sua grande torre circular.

O parque e jardins estão subdivididos em áreas geográficas com lagos, cascatas, plantas, árvores e flores importadas de vários locais de todo o Mundo.

Em 2013 o Parque de Monserrate, um dos mais ricos jardins botânicos portugueses, foi o vencedor dos European Garden Awards. Pode efectuar esta visita todos os dias entre as 10h e as 18h. O ingresso custa 7.50€/adultos e 6€/crianças.

Passando pelo Centro Histórico, dê uma olhada na Igreja de S. Martinho, construída no século XVIII e na Torre do Relógio, que data do século XVI.




Fazer turismo abre o apetite e por esta altura eram horas do lanche. A “Piriquita” é a antiga fábrica de queijadas de Sintra para onde os nossos passos nos levaram, não só para provar as benditas queijadas mas também os travesseiros e outras iguarias de comer e chorar por mais.


2º Dia
De volta a Sintra, reserve uma parte do dia para uma visita ao Palácio e Quinta da Regaleira. A partir do Centro Histórico e à distância de uma caminhada de apenas 10 minutos, vai encontrar a Quinta da Regaleira que lhe permitirá envolver-se com o lado místico da Vila de Sintra.

Os seus cantos e recantos e a simbologia do seu palácio, aliados à sua História e à imensa beleza de todo o espaço envolvente, levam-nos a sugerir que venha com tempo para usufruir desta atmosfera durante algumas horas, aproveitando também para fazer um piquenique em família.


A Quinta da Regaleira encontra-se aberta todo o ano, das 9h30 às 20h durante o Verão e até às 18h na estação do Inverno. O ingresso tem o preço de 6€/adultos e 4€/crianças. Pessoas com deficiência devem, obrigatoriamente, ser acompanhadas por um adulto, sendo o ingresso gratuito para ambos.

De volta ao Centro Histórico visite o Palácio Nacional de Sintra que terá sido construído por volta do século XII em estilo árabe. O Rei D. Dinis foi o primeiro a interessar-se por fazer obras de recuperação. Daí por diante e devido à proximidade da capital, ao clima e às condições para a prática da caça, o palácio serviu a realeza como refúgio durante os meses de Verão.

As suas duas chaminés e as janelas em estilo manuelino dominam a paisagem. O seu interior está enriquecido com milhares de azulejos antigos. O palácio abre todos os dias entre as 9h30 e as 18h e o ingresso tem o preço de 9€/adultos e 7.50€/crianças e séniors.

A arte também se encontra em exposição a céu aberto, nas ruas de Sintra. Esculturas de vários artistas podem ser apreciadas ao longo da Volta do Duche que liga a Estação Ferroviária e o Centro Histórico.



Sintra é sinónimo de romance, beleza e encantamento. É também um exemplo de respeito pelo passado, fascínio pela natureza e… o local onde “o Inverno vai passar o Verão”, segundo diz o ditado popular. Venha conhecer a vila mais romântica de Portugal.

♥ Boa viagem ♥