É a primeira vez que vai viajar em circuito organizado? Então, saiba passo a passo como tudo acontece.

Existem muitas formas de viajar. Nenhuma é melhor ou pior. O que importa é que satisfaça os nossos objectivos e expectativas. E como há sempre uma primeira vez para tudo, neste artigo vamos falar sobre o que acontece durante uma viagem em circuito organizado.

Primeiro que tudo é importante realçar que, ao comprar um circuito organizado, fez uma escolha que inclui viajar na companhia de estranhos e com um itinerário pré-definido e, portanto, é preciso cumprir regras sendo a principal a pontualidade.

Escolher o circuito e a operadora

Quer tenha ou não uma ideia formada dos países que quer visitar, o primeiro passo é reunir os programas que incluam os itinerários que lhe interessam ou que lhe possam dar sugestões. Para isso pode fazer uma recolha nas agências de viagem ou fazer uma pesquisa online.

Depois de escolhido o destino vem a tarefa de perceber qual das operadoras lhe será mais vantajosa. Para isso terá que levar em conta o preço, quantas visitas e refeições estão incluídas e ainda se há referência a visitas opcionais.

Para quem não sabe, as opcionais são visitas extras propostas pelos Guias, não incluídas no itinerário e pagas no local, em dinheiro (euros ou moeda local). Na generalidade valem a pena e o seu preço varia consoante o tempo da visita e se incluem alguma refeição ou espectáculo. São sempre efectuadas nos tempos livres, nunca interferindo com o itinerário pré-definido do programa. Conte com pelo menos 35€ por pessoa para uma opcional simples (É apenas um valor para referência que pode variar consoante as operadoras).

Como escolher? Uns programas incluem mais visitas, outros mais refeições, outros mais opcionais e, importante, outros já têm incluído os custos de fazer os vistos, se necessário. Um modo fácil é fazer uma tabela e ir escrevendo o que cada um inclui para no fim perceber qual é o mais vantajoso em relação com o preço do pacote.

É importante referir que nem sempre o que parece mais barato o é na realidade. Os programas “tudo incluído” na generalidade ficam mais baratos. Paga mais à partida mas esquiva-se a despesas inesperadas como refeições, transportes e opcionais que podem ser bem mais caros do que o que estava à espera.

Escolhido o programa, é só ir à agência de viagens e eles tratam de tudo, incluindo a documentação necessária, excepto Passaporte, Cartão de Cidadão e Cartão Europeu de Seguro de Doença. Se tem hábitos de alimentação diferentes ou alguma alergia alimentar informe o agente de viagens para que possam passar, atempadamente, a informação ao Guia do circuito.

A viagem de ida

Ao chegar ao aeroporto, junto à zona de check-in, estará à sua espera um representante da operadora (da operadora, não da agência de viagens) devidamente identificado com um crachá e um cartaz. Se não o vir, não se preocupe, pode acontecer ser ainda muito cedo e ter chegado primeiro.

É o momento em que se recebem as primeiras informações. Se não o fez previamente, é provável que o representante já tenha feito o seu check-in eletrónico e assim, é só seguir o ritual de despachar as malas. Não se admire se lhe pedirem o favor de levar um envelope com documentação para entregar ao Guia no destino. É prática normal e só aceita se quiser. Se aceitar (nós já levámos várias vezes) saiba que o envelope tem que estar aberto e têm que lhe mostrar o conteúdo.

Ao chegar ao aeroporto de destino e depois de recuperar a sua bagagem dirija-se para a saída. O seu Guia de viagem estará à sua espera identificado com um cartaz da operadora. Se transportou o envelope dos documentos, é este o momento de o entregar e também de informar se teve algum problema com a bagagem. Um a um os seus parceiros de viagem vão chegando e este será o primeiro contacto que terá com eles. Esteja atento às instruções e perguntas que o Guia poderá fazer e faça as suas também.

“O seu circuito começa agora!”

No autocarro

À saída do aeroporto, já todos juntos, seguem com o Guia para o autocarro. Depois de ocuparem os lugares, será feita a primeira “contagem de cabeças”. Pois é! Será assim todos os dias e sempre que o grupo sair e entrar no autocarro. Ninguém fica esquecido.

O autocarro parte e é então que o Guia se apresenta e fala sobre os detalhes da viagem. Preste atenção! Ser-lhe-á dado um número de telefone para contacto que deve usar em caso de emergência. Grave-o no seu telefone ou aponte num papel.

Os percursos em autocarro podem ter a distância de centenas de metros ou centenas de quilómetros. Esse tempo é aproveitado pelo Guia para falar da história, cultura e hábitos dos locais que vão visitar. Quando os percursos são muito longos, são feitas paragens regulares em estações de serviço ou cafetarias, com acesso a sanitários que podem ser pagos ou não (as chamadas paragens técnicas). Em alguns circuitos vendem água dentro do autocarro. Pergunte o preço. Às vezes é mais barato que nos cafés.

Durante o dia, pode deixar dentro do autocarro algum saco que tenha levado com coisas pessoais ou compras. No fim do dia não se esqueça de retirar todos os haveres. Não é muito frequente mas no dia seguinte, por alguma razão, pode acontecer haver troca de autocarro e motorista.

Geralmente, também é no último percurso do dia que o Guia dá informações acerca do itinerário e da hora de partida do dia seguinte.

A maior parte dos Guias optam pela distribuição rotativa dos lugares de forma a todos usufruírem dos lugares da frente.

Os autocarros devem estar limpos por fora e por dentro e, por norma, é assim que os encontramos embora em alguns países o conceito de limpeza seja diferente.

Nos hotéis

À chegada aos hotéis deve esperar no lobby. O Guia é que trata do check-in e chamará uma pessoa por quarto para entregar as chaves. O check-out deverá ser feito por cada um até porque pode haver consumos extras a pagar.

Geralmente na recepção existem mapas disponíveis e outras informações do local. Se não os vir pode pedir. Normalmente eles dão.

Quando o hotel dispõe do serviço, o Guia pede o despertar para todos os quartos. Normalmente o telefone toca uma hora antes do horário da partida.

À saída do hotel, se no programa estiver incluído o serviço de bagageiro, as malas devem ser colocadas à porta do quarto no horário definido pelo Guia.

Quando receber a documentação da viagem substitua as anteriores etiquetas das suas malas de viagem por aquelas que lhe são fornecidas, que contêm informação importante e atualizada sobre o circuito. É através dessa informação que os Guias controlam a bagagem à saída dos hotéis.

Nas refeições

As refeições são sempre um momento de convívio agradável e descontraído. Podem ser realizadas nos hotéis ou em restaurantes locais, por vezes surpreendentemente bonitos, com vistas deslumbrantes, tradicionais e com espectáculos ao vivo. A não ser que o programa diga o contrário, a roupa é informal.

A distribuição das mesas depende da organização do Guia que indicará se tem liberdade de escolha ou se os lugares estão previamente marcados. Nalguns restaurantes as mesas estão reservadas para o grupo e identificadas com o nome da operadora.

As refeições, a não ser que sejam buffet, geralmente são constituídas por entrada, prato principal e sobremesa. Algumas refeições são com pratos tradicionais das regiões visitadas. Regra geral as bebidas não estão incluídas mas já é frequente encontrar nas mesas água à descrição e por vezes até somos presenteados com outras bebidas.

Para as pessoas que tenham hábitos de alimentação diferentes ou alguma alergia alimentar e que tenham informado atempadamente o Guia serão servidas refeições adequadas à sua condição.

Nas visitas guiadas

As visitas guiadas, por vezes, obrigam a manhãs ou tardes inteiras a caminhar. Leve calçado confortável e usado.

Em alguns espaços, como por exemplo no Vaticano, os grupos têm entrada privilegiada mas com hora marcada. A pontualidade é importante para não criar problemas.

Nalgumas cidades, além do nosso Guia privativo, é obrigatório um Guia local. Será esta pessoa que mostrará a cidade e que falará da sua história.

Depois da visita guiada, em cada local, é normal darem algum tempo para que cada um possa passear livremente. O Guia dirá a que horas e em que local se voltam a reunir. Tenha atenção para não se perder.

Se pensa que em grupo está mais protegido dos carteiristas, engana-se. Eles adequam a sua arte a cada ocasião. Os momentos mais vulneráveis são quando todos estão parados, geralmente numa roda, a ouvir as explicações do Guia. Seja na rua, num lobby de hotel ou até numa igreja se vir algum estranho a juntar-se ao grupo desconfie e avise o Guia e os colegas. As melhores presas são as que estão do lado de fora da roda. Fique atento.

Nos tempos livres

Os tempos livres são as manhãs, tardes ou noites que não estão ocupadas com visitas guiadas ou espectáculos. Podem ser aproveitados para visitas não incluídas no programa, para fazer opcionais, passear livremente pelo local ou simplesmente descansar. É importante ter consigo a morada dos hotéis onde está alojado. Pode anotar num papel ou no próprio telemóvel. Se se perder, pode apanhar um táxi e se estiver num país de língua estranha é só mostrar a morada escrita.

No regresso

Nem sempre acontece mas é prática comum o Guia pedir uma gratificação para o motorista. Normalmente alguém arranja um envelope que, no autocarro, vai passando de banco em banco e cada um dá o que quiser e só se quiser. Não é uma obrigação.

No aeroporto o Guia acompanha o grupo até que todos tenham feito o check-in dando assistência a qualquer problema que possa ocorrer. É o momento da despedida.

E por fim…

O seu Guia é aquela pessoa que, durante todo o circuito, vai estar sempre disponível para o ajudar e que tudo fará para que a viagem corresponda às suas expectativas e se transforme num momento inesquecível. Como vai perceber, não é um trabalho fácil. Por isso, ajude-o seguindo as suas instruções e apresentando-se pontualmente nos pontos de encontro pré-definidos.

♥ Boa viagem ♥

 

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Circuitos organizados – vantagens e desvantagens

Circuitos organizados – Como sobreviver num quarto cheio de mulheres,
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