Museu José Malhoa – a merecida homenagem a um filho da terra

Caldas da Rainha é a cidade do distrito de Leiria que viu nascer o pintor português José Malhoa. Cedo se percebeu que as suas enormes capacidades artísticas passariam além-fronteiras e tanto assim foi que, depois de concluir os estudos na Real Academia de Belas Artes de Lisboa, os trabalhos que realizou ao longo da sua vida artística puderam ser apreciados em várias exposições tanto em Portugal como no estrangeiro.

Quando o pintor decidiu doar algumas das suas obras à cidade natal, surgiu a ideia de criar o Museu José Malhoa na “Casa dos Barcos” no Parque D. Carlos I, cuja inauguração foi levada a cabo no dia do seu aniversário, 28 de Abril de 1934. Quis o destino que o pintor não pudesse assistir a esse momento já que a sua morte ocorrera seis meses antes.

A “Casa dos Barcos” onde, inicialmente se instalou o museu

Embora a pintura fosse a sua tendência artística, a arte em geral era a sua paixão. Como o espaço inicial foi considerado exíguo e a ideia era expor também esculturas e outras obras que estavam a ser doadas por artistas que se identificavam com a sua linha de conduta, foi então decidido construir de raiz o primeiro edifício em Portugal projetado para fins museológicos. A sua inauguração acontece no dia 11 de Agosto de 1940 no bonito Parque D. Carlos I.

No átrio interior do museu encontra-se um busto do pintor

O museu, cuja visita aconselhamos vivamente, está aberto de terça-feira a domingo das 10h às 12h30 e das 14h às 18h. No Inverno encerra às 17h30. A entrada é gratuita aos domingos e feriados para os cidadãos nacionais. Nos restantes dias o ingresso é gratuito para crianças até aos 12 anos, adultos/3€ e estudantes e seniores/1,50€.

Em primeiro plano, a obra em mármore de José Moreira Rato “Sem Casa e Sem Pão”

Contemplando a obra de José Malhoa em óleo sobre tela “Paul da Outra Banda”

A visita decorre ao longo de várias salas onde as obras dos séculos XIX e XX que incluem pintura, escultura, desenho, aguarela, medalhística e cerâmica das Caldas, nos encantam! À medida que avançamos, chama a atenção o requinte que foi colocado na disposição das obras e a explicação detalhada de todas elas.

60 figuras à escala humana retratam cenas da Paixão de Cristo

As obras de Rafael Bordalo Pinheiro foram feitas em barro cozido policromado

Por ocasião da nossa visita, estava patente na sala de exposições temporárias a exposição “Casulos” com obras de José Malhoa, Dado (artista francês) e Carolein Smit (escultora holandesa) cujas obras seriam, aparentemente, inconciliáveis.

A exposição “Casulos” reúne obras de três artistas que, à primeira vista, seria impensável juntar…

A exposição temporária reúne artistas de três gerações diferentes. O quadro é de José Malhoa e retrata a Rainha D. Leonor em óleo sobre tela

“Procissão”, óleo sobre tela de José de Brito… bonito, não é?

Mas o museu não se limitou a ficar entre paredes. Passeando ao longo do parque, vai encontrar e poder apreciar várias esculturas do acervo do Museu José Malhoa. O museu está preparado para receber os visitantes com mobilidade reduzida e todas as informações das obras expostas estão disponíveis em Braille.

A obra “Naufrago” de Simões de Almeida (sobrinho)

A obra “Cabra-de-Leque” de Anjos Teixeira

A obra “Girafa” do escultor Carlos Oliveira

José Malhoa, o pintor português que mais se aproximou do impressionismo, foi o primeiro Presidente da Sociedade Nacional de Belas Artes. A justa homenagem que a cidade das Caldas da Rainha lhe prestou veio enriquecer o já vasto panorama museológico português.