Para visitar o Vale do Loire é preciso deslocar-se até ao coração de França. Cidades históricas, monumentos arquitectónicos e terrenos cultivados onde são produzidos afamados vinhos, transportam os turistas para paisagens avassaladoras. Desde a Idade Média que os Reis e a aristocracia francesa mostraram ser este, um dos seus locais favoritos. É devido a esse facto que aqui se encontram concentrados mais de duas centenas de castelos!

A região do Vale do Loire que começa a 180 Km de Paris e vai até ao Oceano Atlântico e que os franceses carinhosamente apelidam de “Jardim de França”, foi reconhecida como Património Mundial da UNESCO em 2000.

É justo que se fale um pouco do rio que empresta o nome a tão nobre região. O Rio Loire é o mais longo de França com 1020 Km de extensão. A sua bacia hidrográfica ocupa mais de um quinto do território francês e o seu caudal é alimentado pela neve que derrete das montanhas. Ao atravessar dezenas de pequenas cidades, o seu leito deixa um rasto de beleza que proporciona, nas suas margens, locais de puro relaxamento.

Esta é a principal região agrícola de França que, devido ao seu clima, aqui produz legumes, cereais e frutos de óptima qualidade, sendo de destacar a sua paisagem vinícola onde se produzem os famosos vinhos brancos e espumantes franceses.

Para visitarmos toda esta região precisaríamos de mais do que uma semana, mas o facto de não termos esse tempo não nos impediu de ir conhecer, pelo menos, uma pequena parte. Nós fizemos este passeio inseridas num circuito organizado e ficámos alojadas na cidade de Tours, a “capital do Loire”. O Hotel Oceania L’Univers, mesmo no centro da cidade, foi perfeito em todos os aspectos para esta nossa breve estadia.


A cidade de Tours tem 142.000 habitantes que se orgulham da sua História e recebem todos os anos de braços abertos, os 25.000 estudantes universitários que enchem de vida as suas ruas e esplanadas. Junto à Ponte Wilson, a mais próxima do Centro, realizam-se durante o Verão vários concertos, espectáculos de rua e cinema ao ar livre.


O bairro pedonal Plumereau e a sua praça com o mesmo nome, marcam a zona velha da cidade com os seus edifícios revestidos a madeira que lhe dão um ar muito característico.


A Catedral Saint-Gatien ou Catedral de Tours é a imponente edificação que se salienta na paisagem. A sua construção iniciou-se em 1170 para homenagear o primeiro Bispo de Tours. Está aberta todos os dias entre as 9h e as 18 horas.


Ao lado da Catedral e no edifício do antigo Palácio do Bispo, está agora o Museu das Belas Artes, um dos maiores de França. A sua construção data do século IV mas foi recuperado para que pudessem ser expostas obras valiosíssimas de diferentes áreas artísticas. O espaço tem ainda uma enorme biblioteca e um jardim de valor incalculável. O Museu encontra-se aberto todos os dias das 9h às 12h45 e das 14h às 18 horas. A entrada custa 2€.


A Praça Jean Jaurés (junto ao hotel) é dominada pelo Palácio da Justiça e pelo edifício monumental da Câmara Municipal que foi construído no final do século XIX. No seu interior, ricamente decorado e com escadarias em mármore, realizam-se exposições temporárias e importantes eventos oficiais.


Depois desta volta de reconhecimento da cidade, fomos então à descoberta de alguns dos castelos em redor. Depois de percorridos 120 Km chegámos a Angers. O seu castelo também chamado Château du Roi René, que aqui nasceu em 1409, foi mandado construir por Luís XIV em 1230.

Uma parte dos habitantes foi expulso da cidade para que houvesse espaço para estender as suas 17 torres com 30 metros de altura e 18 metros de largura e também para o fosso que hoje em dia está transformado em jardim.

No seu interior, para além de poder testemunhar o esplendor da vida na corte, o visitante pode ainda apreciar a “Tapeçaria do Apocalipse”, o maior tapete do Mundo com 100 metros de comprimento, uma fantástica obra de arte medieval. O castelo está aberto ao público todos os dias entre as 10h e as 17h30 e a entrada custa 9€.


Depois desta visita almoçamos no belo restaurante “Le Prieuré”, integrado num alojamento local apalaçado à beira do Rio Maine (afluente do Rio Loire). Uma refeição dos Deuses!…



Bem mais perto do nosso “quartel-general”, a apenas 25 Km, fica o Castelo Real de Amboise. Os vários Reis que aqui residiram foram deixando a sua marca pelo que, este é um bom exemplo da evolução arquitectónica da época. A sua construção data do século XI.

O seu interior guarda o túmulo de Leonardo da Vinci que viveu na cidade de Amboise durante os últimos anos da sua vida e aqui morreu em 1519. A visita contempla os alojamentos reais, as torres altas e os belos jardins com vista para o Loire, que fazem parte dos primeiros terrenos ajardinados em França. O castelo está aberto ao público todos os dias entre as 9h e as 19 horas. A entrada é gratuita até aos 7 anos, até aos 18 anos/7.80€, adultos/11.70€ e pessoas com mobilidade reduzida e acompanhante/9.70€.

O jantar foi no Restaurante “Brasserie de L’Univers”, pertencente ao hotel onde estávamos alojadas. A comida foi muito boa, o atendimento impecável e com uma decoração de muito bom gosto.


No dia seguinte fizemo-nos outra vez à estrada e, 80 Km depois, chegámos a Chambord. O Castelo de Chambord é o maior de todo o Vale do Loire e também o único ao qual se pode aplicar a denominação de castelo e palácio, porque a sua arquitectura renascentista assim o permite.

O castelo tem 128 metros de fachadas e 800 colunas. Foi mandado construir pelo Rei D. Francisco I na primeira metade do século XVI e diz-se que Leonardo da Vinci terá sido o autor das famosas escadarias interiores em dupla hélice que permitiam ao Rei ver e ser visto. As escadas culminam no topo das torres de onde se pode apreciar uma vista deslumbrante sobre o Vale do Loire.

Para aqui foram trazidas e se mantiveram guardadas algumas das mais importantes obras do Museu do Louvre, durante a Segunda Guerra Mundial. O Castelo de Chambord está aberto todos os dias entre as 9h e as 18 horas. No Inverno encerra às 17 horas e a entrada custa 13€/adultos e é grátis até aos 18 anos ou até aos 25 anos para cidadãos da União Europeia e ainda para pessoas portadoras de deficiência e acompanhante.

A nossa pequena ronda por este extraordinário destino termina no Castelo de Cheverny que fica apenas a 17Km do anterior. O palácio foi mandado construir pelo filho do Conde de Cheverny, Philippe Hurault, entre 1624 e 1630 e passou por muitas mãos até ser comprado de novo pela família Hurault em 1824.


Esta família continua a habitar o Château de Cheverny que dizem ser o mais bonito do Vale do Loire por causa da sua magnífica decoração interior. Hergé inspirou-se neste castelo para criar o “Château de Moulinsart” de “As aventuras de Tintim”. O castelo encontra-se aberto no Inverno entre as 10h e as 17 horas e no Verão entre as 9h15 e as 18h30. A entrada é grátis até aos 7 anos, até aos 14 anos/8.20€ e adultos/11.50€.


É ainda de salientar o excelente almoço que nos foi servido no Restaurante “La Terrace du Pinocchio” em Cheverny e com um atendimento irrepreensível.


A Gare de Tours serve de partida e chegada de comboios de todos os pontos de França. A cidade também tem um aeroporto que serve algumas companhias aéreas low cost. Para quem não quer ou não pode andar de carro por estas paragens, os hotéis e agências locais organizam excursões diárias a vários castelos e palácios.


Tenham o tempo que tiverem e seja qual for o meio de transporte escolhido, não deixem de equacionar um passeio pelo Vale do Loire e… sintam-se como Reis no meio de belas paisagens, boa gastronomia e bons vinhos!…

♥ Boa viagem ♥