No Norte de Itália, a meio caminho entre Milão e Veneza, fomos encontrar a pequena cidade de Verona. Com pouco mais de 250 000 habitantes, a cidade é atravessada pelo Rio Ádige cuja bacia hidrográfica é a terceira maior do país. O seu Centro Histórico, cuja criação teve início no tempo dos Celtas, é consideravelmente pequeno mas no entanto, o cuidado com que a sua arquitectura medieval foi preservada ao longo dos séculos chamou a atenção da UNESCO que lhe atribuiu no ano 2000 o título de Património Mundial.

A cidade de Verona ficou famosa quando William Shakespeare resolveu escolhe-la como palco do seu trágico romance “Romeu e Julieta”. Embora a obra tenha sido escrita para uma peça de teatro, diz-se por aqui que a História terá sido baseada em factos reais ocorridos no início do século XIV. O certo é que a casa onde supostamente vivia Julieta e que fica na Via Cappello 23, é visitada por milhares de turistas.

A varanda onde Julieta escutava as juras de amor de Romeu está virada para um pátio, onde uma estátua de Julieta perpetua a personagem no tempo e diz-se que quem tocar nos seus seios terá sorte no amor…

A casa foi transformada em Museu que pode agora ser visitado todos os dias entre as 8h30 e as 19h30. À segunda-feira abre às 13h30. O bilhete custa 6€/adultos e 4.50€/crianças e maiores de 60 anos. A entrada é gratuita para pessoas portadoras de deficiência e acompanhante. Aos domingos pratica-se o preço único de 1€.

Na Piazza delle Erbe concentram-se as barraquinhas de venda de souvenirs, restaurantes e esplanadas. É aqui que se ergue a Torre dei Lamberti com 84 metros de altura. A sua construção data de 1172, mas em 1403 um relâmpago causou-lhe grandes estragos. Em 1464 foi restaurada e ampliada.

A torre tem 4 sinos e cada um tinha a sua função: sinalizavam incêndios, horários de trabalho e as horas do dia. O maior era usado para chamar a população para as armas. O relógio foi adicionado em 1779. Se quiser subir à torre, espera-o uma vista incomparável de 360 graus sobre a cidade. Tem à disposição um elevador ou 368 degraus de escadas para os mais corajosos.

O bilhete, que é gratuito até aos 7 anos, dá-lhe o direito de visitar ainda a Galeria de Arte Moderna que lhe fica adjacente. O ingresso custa 5€/até 13 anos e maiores de 60 anos e 8€/adultos. Horário: de segunda-feira a sexta-feira das 10h às 18 horas e sábados, domingos e feriados das 11h às 19 horas. Como a Galeria encerra à segunda-feira, os preços da subida à torre são reduzidos para 1€ e 5€ respectivamente.

No lado oposto está o edifício do Domus Mercatorum, construído em 1210 para a Associação dos Comerciantes. No século XIX foi restaurado para conservar a aparência medieval original. Presentemente está aqui instalado o Banco Popular de Verona.

Continuando o nosso caminho, passamos pela pequena Piazza dei Signori onde se impõe um olhar à peculiar arquitectura aqui utilizada e também à estátua de Dante que, no centro da praça, lembra o maior poeta e escritor italiano.


Mais à frente está a Igreja de Santa Maria Antica construída em 1185 em estilo românico e ao seu lado os Túmulos Scaliger do século XIII pertencentes à família Scaligero de Verona que governou até ao final do século XIV e que tinha aqui a sua capela privada.


Na Praça da Independência para além do jardim e da estátua de Guiseppe Garibaldi, famoso pela sua participação em conflitos na Europa e América sempre em prol da libertação do seu país do domínio estrangeiro, destaca-se também o belíssimo edifício da Central de Correios de Verona.


Na Via Leoni encontramos um pequeno museu a céu aberto! A intrigante Porta Leoni, meio em ruínas, dava acesso a um túnel que ligava ao interior da Arena de Verona e que era usado para por aí fazer passar as feras utilizadas nos shows dos gladiadores.

Também aqui estão ruínas de construções e muralhas antigas do período romano, que se encontram dispostas 2 metros abaixo do nível da estrada e que podem ser admiradas pelos visitantes.

E chegamos à Igreja de San Fermo Maggiori que com a sua arquitectura gótica, românica e barroca se apresenta com uma imagem incomum no horizonte da cidade.


A igreja fica próxima da Ponte Navi e o seu rico interior vale a deslocação para uma visita que pode ser feita todos os dias entre as 10h e as 18 horas e aos domingos a partir das 13 horas.


Passando pela Porta Nuova chegamos à Piazza Bra marcada de forma imponente pela Arena de Verona. O anfiteatro romano construído à mais de 2000 anos tem capacidade para 30 000 espectadores. Os espectáculos ali realizados, alguns bem maquiavélicos, faziam deslocar as pessoas de grandes distâncias para assistirem a exibições inexistentes noutros lugares.


Um terramoto em 1117 destruiu uma parte do seu anel exterior. Posteriormente algumas alas foram alvo de restauro a fim de recuperar a sua funcionalidade para representações teatrais. O local tem uma acústica impressionante e por isso ali se realizam vários concertos e outros espectáculos musicais. Todos os anos, nos meses de Verão, este local é palco do Festival Lírico Areniano.

Em redor da Piazza Bra há ainda o Palazzo Barbieri, construído em 1836, onde está instalada a sede do Município de Verona.

Destaque também para o Palácio da Grande Guarda que começou a ser construído em 1610 para abrigar as tropas do mau tempo. O palácio é agora utilizado para conferências, reuniões e recepções.

Junto ao jardim, no centro da praça, está a estátua de Victor Emmanuel II inaugurada em 1883 e que homenageia o primeiro Rei de Itália.

A Ponte de Scaligero que faz parte da Fortaleza de Castelvecchio foi construída em meados do século XIV para garantir uma rota de fuga em caso de necessidade. Foi vista como uma obra muito ousada para a época uma vez que as diferentes larguras e alturas dos arcos da ponte foram assim calculados devido às correntes de forças díspares nesta passagem do Rio Ádige.

No final da Segunda Guerra Mundial os alemães, em retirada, explodiram a ponte assim como todas as outras da cidade. As obras de reconstrução e limpeza dos escombros de dentro do rio começaram no final de 1945.

Castelvecchio é a fortaleza medieval construída em 1354 e que actualmente abriga o Museu Cívico. Este museu, um dos mais importantes de Verona, é composto por 30 salas onde se exibem obras de pintura, escultura, cerâmica, ourivesaria, armas antigas e os sinos da antiga cidade. O museu pode ser visitado de terça-feira a domingo entre as 8h30 e as 19h30. À segunda-feira abre às 13h30. O bilhete custa 6€/adultos e 4.50€/crianças e maiores de 60 anos. A entrada é gratuita para pessoas portadoras de deficiência e acompanhante. Aos domingos pratica-se o preço único de 1€.

Ainda fomos ver a Ponte de la Vittoria que foi inaugurada em 1929 e que é ladeada por belas estátuas equestres.


No caminho passamos pela Porta Borsari cuja construção remonta ao século I. Este local era o ponto de encontro das 4 estradas existentes na época e portanto era aqui que se fazia o controlo de tudo e todos os que queriam entrar em Verona. Actualmente, esta é a via mais elegante da cidade onde se concentram as mais famosas marcas mundiais.


Uma tarde, ou um dia inteiro se puder dispor de mais tempo, é mais do que suficiente para ficar a conhecer esta simpática cidade que é tão importante na vida dos italianos. Quer se desloque de Milão (160 Km) ou de Veneza (115 Km), tem várias partidas diárias de comboio ou autocarro para Verona e o custo das viagens é económico. Há quem diga que a Itália é a “Pátria da Beleza”… e nós começamos a acreditar que pode ser verdade!

♥ Boa viagem ♥