No fim da nossa escapadinha de quatro dias entre Lisboa e Faro ficou logo decidido que voltaríamos para conhecer o resto da costa algarvia, onde não íamos há muitos anos. Assim, aproveitámos mais uma ponte de Carnaval e lá fomos nós em direcção ao Sotavento Algarvio, nome dado à parte oriental do Algarve, que se localiza entre Loulé e Vila Real de Santo António, sendo Faro a sua principal cidade.

Como já tínhamos visitado Faro, aqui fica o nosso roteiro de quatro dias entre Olhão e Vila Real de Santo António, com uma escapadinha a Espanha, passeando de forma descontraída e sem as enchentes de turistas do verão.

1.º Dia
Saímos de Lisboa bem cedo com destino a Tavira, onde ficámos muito bem alojadas, durante 3 noites, no Hotel Vila Galé Albacora. O hotel é bonito, o pessoal atencioso, o quarto espaçoso e com uma linda vista da varanda e os pequenos-almoços deliciosos e muito variados. Recomendamos!

Depois de nos acomodarmos, fomos dar uma volta pelo hotel e desfrutar um pouco do simples, mas simpático, espaço interior e exterior.


Saímos, então, para uma primeira visita ao centro da cidade de Tavira, que dizem ser a mais bonita do Algarve. E não é por acaso! A arquitectura típica é uma delícia para os olhos.

A primeira paragem foi no Jardim do Coreto, que fica na margem do rio Gilão, entre o Mercado da Ribeira e a Praça da Republica.

Um espaço muito agradável para descansar e desfrutar das paisagens do rio que atravessa a cidade e que, curiosamente, tem dois nomes.

O rio Séqua muda de nome ao chegar à Ponte Romana passando a chamar-se rio Gilão.

A Praça da Republica é o centro da cidade e está rodeada de belos edifícios, entre os quais a Câmara Municipal de Tavira.

Um espaço amplo onde se pode usufruir das simpáticas esplanadas e fazer algumas compras nas lojas locais.

Passando a Ponte Romana para a outra margem do rio, além das belas paisagens, encontramos as antigas vielas com os seus típicos restaurantes e lojas de artesanato.

Seguindo em frente chegamos ao Largo de São Brás com um pequeno mas bem cuidado jardim e onde se ergue a Ermida com o mesmo nome.

Depois de um passeio tranquilo nas margens do rio Séqua, voltámos ao centro à procura do rico património da cidade.

A partir da Praça da Republica fomos visitar a Igreja da Misericórdia, considerada uma das mais valiosas da cidade. O seu interior, todo revestido com magníficos painéis de azulejos, foi uma surpresa.


Seguindo o caminho, logo a seguir, chegamos ao Largo da Misericórdia, de onde temos uma boa vista panorâmica da cidade, e mais à frente encontramos o castelo e a igreja de Santa Maria. O castelo já estava a fechar e resolvemos deixar a visita para o dia seguinte.


Caminhando sem rumo pelas ruelas, ainda passámos na Igreja de São José e fizemos uma curta visita ao Mercado da Ribeira, preparado para as festas de Carnaval.

Ainda houve tempo para um passeio no Cais do Barco para apreciar as embarcações de pesca e o movimento no rio.

Depois do jantar, um passeio para descobrir os encantos da noite.

2.º Dia
Depois de um excelente pequeno-almoço partimos em direcção à cidade de Olhão situada no coração da Reserva Natural da Ria Formosa.

Começámos a visita por passear ao longo da zona ribeirinha da cidade admirando as embarcações ancoradas na marina e a bela paisagem para a Ria Formosa.

Seguimos pelo jardim Patrão Joaquim Lopes, nome dado em homenagem a um filho da terra que tantas vidas salvou no mar.

Logo a seguir surge o Mercado Municipal de Olhão, um dos ex-libris da cidade. É composto por dois edifícios encimados por torreões e é um dos mercados mais conhecidos do Algarve pela frescura e variedade do seu pescado.

Em frente, ancorado na marina, uma réplica do Caíque Bom Sucesso que foi o primeiro correio marítimo entre Portugal e o Brasil.

Continuando o passeio, entramos no jardim Pescador Olhanense, um espaço de lazer e convívio da cidade.

Os vários bancos dispostos no jardim encontram-se revestidos com painéis de azulejos que retratam a revolta do povo olhanense contra os franceses e a viagem do Caíque Bom Sucesso ao Brasil.

Em frente, mais uma marina dá apoio às embarcações e na avenida que acompanha todos estes espaços encontra uma variada oferta de restaurantes e cafés.

Seguindo pelas típicas ruelas, passámos junto à Câmara Municipal de Olhão em direcção à Praça da Restauração onde se encontra a Igreja Matriz de Nossa Senhora do Rosário.

O centro da praça é marcado pelo Monumento aos Heróis da Restauração homenageando os bravos homens que participaram na revolta contra os franceses em 1808.

Em frente, o Compromisso Marítimo de Olhão é um edifício de grande valor histórico e alberga, actualmente, o Museu da Cidade. Ao longo do ano exibe exposições permanentes e temporárias relacionadas com a cidade e o concelho.

Paredes meias com o Museu da Cidade encontra-se a igreja de Nossa Senhora da Soledade.

A breve visita terminou com um passeio pelas ruelas apreciando a típica arquitectura da cidade.

De regresso a Tavira, seguimos pela Estrada das 4 Águas que atravessa as salinas e termina no cais com o mesmo nome.

É deste cais que, durante todo o ano, partem os pequenos barcos que fazem a ligação com a ilha de Tavira. Os horários e o preço dos bilhetes podem variar consoante a época do ano.

A pequena localidade conta com parques de estacionamento, restaurantes, uma pequena marina e alguns edifícios municipais.

O local ideal para usufruir de uma das muitas esplanadas enquanto aprecia a vista para a ilha de Tavira e observa o movimento dos pequenos barcos de pesca.

Depois do almoço voltámos para uma visita ao interior do castelo de Tavira. A entrada é gratuita e está aberto de 2.ª a 6.ª feira entre as 08.00h e as 17.00h. Aos sábados, domingos e feriados abre às 10.00h e encerra às 19.00h.

O interior está preenchido por um bonito e frondoso jardim.

É possível subir às muralhas e à torre de onde se obtém uma maravilhosa vista panorâmica sobre a cidade.

Depois mais um descontraído passeio para apreciar a tranquilidade da cidade e do rio.

3.º Dia
Depois de dois dias bem descontraídos, o terceiro dia leva-nos a destinos mais distantes. Como costume, saímos cedo em direcção a Vila Real de Santo António.

No caminho fomos parando para uma breve visita a algumas das praias mais conhecidas de Portugal.

A primeira paragem foi na praia da Manta Rota seguindo-se a praia de Alagoa, em Altura, ambas integradas na Baía de Monte Gordo.

Seguimos, então, para Vila Real de Santo António mas antes fizemos um desvio para a Ponta da Areia, na foz do rio Guadiana.

Mesmo na foz do rio Guadiana avistamos, do lado de Portugal, a praia de Monte Gordo e, do lado de Espanha, a Isla Canela.


Já no centro de Vila Real de Santo António foi tempo de dar um agradável passeio pelo centro da cidade.

Começámos pela zona ribeirinha apreciando os espaços verdes e a marina repleta de embarcações de recreio e de pesca.

Seguimos pelas ruas pedonais cheias de lojas que vendem de tudo um pouco e com uma grande oferta de restaurantes.

Depois, uma visita à Praça Marquês de Pombal, o principal largo da cidade, onde se encontra a igreja de Nossa Senhora da Encarnação e o Obelisco.


Ainda era cedo e partimos para Espanha fazendo a primeira paragem no centro da Isla Canela para admirar a grande praia, deserta nesta altura do ano.

A paragem seguinte foi na marina que se situa aproximadamente a quatro quilómetros de distância do centro.

O percurso não é especialmente bonito. Por ser inverno apenas vimos hotéis encerrados e ruas desertas.

Mas a zona da marina até é simpática e com os restaurantes abertos tinha algum movimento.

Resolvemos almoçar por aqui e provar algumas iguarias espanholas. Não ficámos desiludidas! Fomos muito bem recebidas e as tapas, típicas da gastronomia espanhola, eram uma delícia.


Depois do almoço seguimos para a cidade raiana de Ayamonte, onde passámos o resto da tarde passeando pelas pitorescas ruas.


O dia estava bonito e a cidade animada com os residentes e turistas a usufruir dos espaços verdes e esplanadas.

A cidade é banhada pelo rio Guadiana e a zona ribeirinha além de ser bonita é muito agradável.

A marina é sempre um ponto de interesse, com o vaivém dos barcos de recreio e pesca.

Mais à frente temos vista para Portugal com destaque para o Castelo de Castro Marim e para a Ponte Internacional do Guadiana que une os dois países.

O dia já ia longo e regressámos a Tavira, mas antes de sairmos de Ayamonte atestámos o carro numa bomba de gasolina à saída da cidade. A diferença de preço dos combustíveis assim o justificou.

4.º Dia
As malas estão feitas e a partida aproxima-se mas ainda aproveitámos a manhã para visitar a Igreja de Nossa Senhora do Carmo.

Situada no Largo do Carmo, numa zona alta de Tavira, é uma das igrejas mais sumptuosas do Algarve e, em 2012, foi classificada como Monumento de Interesse Público.

Depois do almoço partimos para Lisboa sabendo que ainda ficou muito por descobrir na costa algarvia. Um bom motivo para voltar!

♥ Boa viagem ♥
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