“Sem palavras” é a forma certa para descrever como ficámos quando virámos aquela esquina e entrámos na Praça do Duomo (Piazza del Duomo). Ninguém fica indiferente à beleza, grandiosidade e riqueza deste complexo religioso, feito em mármore rosa, verde e branco, composto pela Catedral de Santa Maria del Fiore, pelo Batistério de San Giovanni e pelo Campanário de Giotto.

Passado o primeiro impacto percebemos que não estávamos sozinhas. Milhares de turistas circulam por este espaço, que é o coração religioso de Florença, e é resultado da junção de duas praças: a Praça do Duomo, que inclui a Catedral e o Campanário, e a Praça de San Giovanni, onde está o Batistério.

A Catedral de Santa Maria del Fiore, com os seus 153 metros de comprido, 90 de largura e 90 de altura, domina a Praça do Duomo. É a terceira maior igreja do mundo, só superada pela Basílica de São Pedro, no Vaticano, e pela Catedral de St. Paul, em Londres. Começou a ser construída no ano de 1296, segundo um projecto de Arnolfo di Cambio. A obra só foi dada como concluída em 1434 com o fim da construção da cúpula. Dois anos depois, em 1436, a Catedral de Florença foi consagrada pelo Papa Eugénio IV.

No interior, algo simples comparado com o exterior, destacam-se os vitrais que representam cenas do Antigo e do Novo Testamento, os frescos de mestres italianos e o relógio sobre a porta da entrada. O acesso ao interior da Catedral é livre mas com algumas regras. Não é permita a entrada com pernas e ombros nus, sandálias e óculos de sol. Apesar das filas que existem para a visita do interior, a entrada não é demorada.


No exterior, a impressionante fachada, feita em mármore rosa, verde e branco, só foi completada no final do século XIX por Emilio De Fabris e seus colaboradores.

O Duomo foi a parte mais difícil da construção da Catedral. A impressionante cúpula, com 45,5 metros de diâmetro na base, só foi concluída em 1434, seguindo um projecto inovador de Filippo Brunelleschi. É formada por uma dupla abóbada, que se suporta a si própria, devido ao encaixe dos tijolos em “espinha de peixe”.

Para subir ao topo do Duomo terá de enfrentar uma estreita e escura escadaria com 463 degraus. Pelo caminho, onde mal cabem duas pessoas, encontrará pequenas janelas que sempre vão arejando um pouco o espaço.


Quando chegamos à base da cúpula encontramos um varandim onde podemos admirar de perto os magníficos frescos de Giorgio Vasari e Frederico Zuccari, datados do século XVI, e que representam “o Juízo Final”. É o momento de descansar um pouco porque a subida, daqui para a frente, só piora.

A última parte do percurso é feita por uma escada quase na vertical entre as abóbadas interior e exterior.

Os corajosos são premiados com uma paisagem fabulosa, em 360º, sobre a cidade de Florença e a proximidade com os detalhes arquitetónicos do exterior da cúpula.


O Campanário de Giotto (Campanile di Giotto) é a torre sineira da Catedral de Santa Maria del Fiore. Começou a ser construído por Giotto, em 1334, e foi terminado por Francesco Talenti em 1359. Tem 84,7 metros de altura e 15 de largura e é revestido pelo mesmo mármore rosa, branco e verde da Catedral. As esculturas decorativas do exterior foram substituídas por cópias, encontrando-se os originais no Museu da Opera do Duomo.

O Campanário tem sete sinos. O maior chama-se “Santa Reparata” e pesa mais de cinco toneladas. No topo existe um terraço com vista para a cidade e para a magnifica cúpula do Duomo. Para o alcançar terá de superar o desafio de subir 414 degraus.

O Batistério de San Giovanni é uma das igrejas mais antigas de Florença. A sua construção data dos séculos IV-V e encontra-se mesmo em frente à Catedral de Santa Maria del Fiore. No interior destacam-se os mosaicos que revestem a cúpula, com cenas de “o Juízo Final”.

No exterior destacam-se as três portas de bronze. A Porta Sul é a mais antiga e foi construída por Andrea Pisano no século XIV. A Porta Norte, por onde se entra para o Batistério, e a Porta Leste ou Portas do Paraíso são obras de Lorenzo Ghibert do século XV. Esta última foi substituída por uma réplica estando o original no Museu da Opera do Duomo.

O Museu dell’Opera del Duomo ou Museo dell’Opera di Santa Maria del Fiore é um espaço que recolhe obras de arte medievais e renascentistas, dos maiores artistas fiorentinos da época, provenientes do complexo arquitetónico da Catedral de Santa Maria del Fiore, do Campanário de Giotto e do Batistério de San Giovanni. Começou por guardar peças que foram substituídas por mudanças de estilo mas recentemente abriga muitas das esculturas originais da Catedral, do Campanário e do Batistério, que têm sido substituídas por réplicas, para preservação deste precioso património devido à poluição e ao crescente turismo. Fica localizado na parte de trás da catedral.

À volta da praça ainda pode admirar alguns distintos edifícios construídos entre os séculos XIV e XVII como a Loggia del Bigallo, uma obra de Alberto Arnoldi, o Palácio do Arcebispo e o Palazzo Strozzi Niccolini entre outros.

Em redor da praça, as esplanadas convidam ao descanso, depois de subir e descer tantas escadas, e as lojas de marca seduzem os turistas.

Para visitar os interiores de todo o complexo, o ideal é ir logo de manhã cedo para evitar as longas filas que se vão formando ao longo do dia. Para visitar o topo do Duomo é obrigatório reserva. O serviço é gratuito. A subida ao Duomo e ao Batistério não é aconselhada a pessoas com problemas cardíacos, claustrofobia ou vertigens.

O fim de tarde é o momento ideal para apreciar os detalhes do exterior. Os monumentos já estão fechados e a praça quase fica vazia.

Os bilhetes para visitar todos os monumentos do complexo são vendidos na Piazza San Giovani n.º7, em frente ao Batistério. Custam 15€ e incluem as visitas da catedral, cripta, cúpula, batistério, campanário e Museu da Ópera do Duomo). São válidos por dois dias a partir da primeira utilização e só dão direito a uma entrada por monumento.
Veja aqui os horários das visitas que mudam consoante o monumento, os dias da semana e a época do ano.

♥ Boa viagem ♥