Uma visita a Florença não estaria completa sem um passeio pelos Jardins Boboli, um dos mais belos jardins renascentistas de Itália. Localizam-se na parte de trás do Palácio Pitti e são o maior parque da cidade ocupando uma área de cerca de 45.000 m². Em 2013, foram elevados a Património da Humanidade pela UNESCO no conjunto de Villas e Jardins Medici na Toscana.

O Palácio Pitti, com os seus 32.000 metros quadrados, é hoje o maior complexo museológico de Florença. A robustez do seu exterior não faz antever a beleza do seu interior caracterizado por deslumbrantes tetos, salas ricamente decoradas e um sem número de obras de arte distribuídas por várias secções sendo elas a Galeria Palatina, Galeria de Arte Moderna, Galeria do Traje, Apartamentos Reais, Museu da Prata, Museu dos Coches e o Museu da Porcelana. Tome o seu tempo porque não é permitido fotografar dentro do palácio.

A construção dos jardins foi iniciada no século XVI, após a família Medici ter comprado o Palácio Pitti e o ter transformado na sua residência oficial. Depois da extinção dos Medici, a ampliação continuou com as famílias de Lorena e de Savoi, ficando concluída no século XIX. O projeto paisagístico ficou a cargo do arquiteto Niccolò Tribolo e, após a sua morte precoce, foi continuado por Bartolomeo Ammannati, Bernardo Buontalenti e Giulio Parigi.

Existem quatro entradas possíveis, situando-se as principais na Praça Pitti (Piazza dei Pitti), entrando pelo palácio, e na Praça da Porta Romana (Piazza della Porta Romana) que fica no extremo oposto do jardim. O parque é formado por declives acentuados e dois eixos que se cruzam perto da Fonte de Neptuno, a partir dos quais se desenvolvem todos os caminhos e ambientes paisagísticos.

Os bilhetes para visitar todo o complexo (palácio, museus e jardins) estão divididos em secções permitindo ao visitante comprar apenas ingressos para as partes que mais lhe interessam ou então um bilhete conjunto que dá acesso a todos os espaços. Se for cedo é provável que não tenha problemas com filas. O preço dos bilhetes para visitar o jardim varia, aproximadamente, entre 14€ e 17€ consoante a época do ano, sendo os mais caros nos meses de julho a outubro. O ingresso inclui também a visita aos Jardins Bardini e ao Museu da Porcelana.

O parque recebe-nos num grande anfiteatro em forma de ferradura adornado com estátuas de mármore. Ao centro um obelisco egípcio, um dos monumentos mais antigos da Toscana.

Começando a subir, a meio, encontramos a grandiosa fonte de Neptuno de onde já se vislumbra, no cimo da escadaria, a estátua “Abundância”, uma homenagem a Joana da Áustria.

No topo da grande escadaria, a vista sobre a fonte, o palácio, a cidade e as montanhas é deslumbrante.

A subida termina no Jardim do Cavaleiro, um dos jardins fortificados e a zona mais alta do parque. O acesso é feito por uma escadaria, ladeada pelas estátuas de Flora e Júpiter, que vai dar a um terraço.

Ao passar os portões os nossos olhos brilham com o que vemos à nossa frente. Daqui podemos admirar as mais belas paisagens da verdadeira Toscana.


O jardim é pequeno e formado por sebes baixas e plantas raras. O centro é marcado pela Fonte dos Macacos de Giambologna. Num dos extremos encontra-se o Casino do Cavaleiro que abriga o Museu da Porcelana.


O parque é muito frondoso e, aproveitando as suas sombras, convida a tranquilos passeios nos dias quentes de verão enquanto admiramos o espaço e as vistas sobre Florença e a Toscana.


O Viottolone é uma larga avenida, ladeada por ciprestes e decorada por numerosas estátuas. O seu caminho cruza-se com a Ilhota (Isolotto) e termina na Porta Romana.

O “Isolotto” é, talvez, um dos mais belos locais do jardim e é formado por uma bacia de água circular com duas pontes que ligam a uma ilha central, cada uma delas com um portão apoiado em colunas encimadas por estátuas de capricórnios, animal símbolo do poder do Grão-Ducado da Toscana, e ladeado por duas fontes.

No centro da ilha destaca-se a Fonte do Oceano, de Giambologna, encimada por uma réplica da escultura de Neptuno encontrando-se a original no Museu Nacional do Bargello.

Ao longo do caminho encontramos vários edifícios cada um com a sua história e função como a “Limonaia” que abrigava as árvores de frutos cítricos, plantadas em grandes vasos, que precisavam de ficar protegidas dos rigorosos invernos da Toscana.

Um pouco mais à frente, o Palácio Torrigiani acolhe o núcleo central do Museu de História Natural de Florença. No exterior destaca-se a Torre do Observatório Astronómico e no interior a “Tribuna de Galileo” é um espaço dedicado ao grande cientista toscano Galileo Galilei.


Na frente do Jardim de Ganimedes, O “Kaffeehaus”, um pavilhão de estilo rococó, foi mandado construir pelos Lorena no século XVIII, especificamente para tomar café e chocolate como era moda na época.

Com acesso pelo interior do Palácio Pitti, o “Palazzina della Meridiana” construído entre os séculos XVIII e XIX, abriga a Galeria do Traje que expõe roupas e acessórios desde o século XVIII até à data actual.

Tal como um museu, o parque expõe em todos os seus espaços ao ar livre centenas de obras de arte, tais como esculturas, fontes e impressionantes grutas, que vão desde a antiguidade romana ao século XX.


Dentro do parque existem quatro grutas: A Gruta de Moisés, que pertence ao Palácio Pitti, e dentro dos jardins a Gruta da Madama, a Gruta de Adão e Eva e a Gruta Grande ou “Grotta de Buontalenti” datada do século XVI e que, devido à sua incrível arquitetura, é uma das peças mais valiosas do parque.


Os Jardins Boboli não são uns simples jardins. São um parque grandioso abraçado pelo Palácio Pitti. Deixe-se levar pelos corredores e galerias deste edifício monumental e perca-se pelos caminhos e labirintos do parque.

“Se for fazer esta visita não olhe para o relógio. Deixe o tempo passar. Nós quando olhámos tinham passado cinco horas…”
♥ Boa viagem ♥