A construção da Praça de S. Marcos iniciou-se no século IX e foi-se estendendo conforme as necessidades da época. No final do século XIII foi pavimentada com ladrilhos e padrão em espinha que permitiam organizar melhor o mercado e as frequentes procissões e outras cerimónias. Em 1723, os ladrilhos foram substituídos e aproveitou-se para elevar a praça em um metro. Em 1890 foi alvo de novo restauro devido ao desgaste da subida das marés, já que continua a ser ali, o ponto mais baixo da cidade.

Quem chega à praça vindo da Rua da Merceria, a maior rua de comércio da cidade, tem que passar por baixo do arco da Torre do Relógio. Construído entre 1496 e 1499, este relógio não nos mostra apenas as horas, informa também as fazes da lua e os signos do Zodíaco.

No topo da torre estão dois homens em bronze, um velho e um novo, que representam o passado e o presente e martelam as badaladas no sino. Duas vezes por ano, a 6 de Janeiro e no dia da Ascenção, os 3 Reis Magos e um anjo, percorrem uma plataforma semicircular por cima do relógio e fazem uma vénia à Virgem Maria.

No ano de 828 foi construída neste local a primeira igreja temporária para guardar as relíquias de S. Marcos, que foi o fundador de uma das principais sedes do Cristianismo e autor de um dos Evangelhos. Em 976, durante uma rebelião, a igreja foi incendiada. Mais tarde, em 1063, foi reconstruída a igreja que viria a ser a base do que é hoje, a Basílica de S. Marcos, já que foi sempre sendo aumentada ao longo dos anos.

A planta do edifício é uma cruz grega e a sua decoração foi sendo mudada e enriquecida porque todos os navios que chegavam do Oriente traziam alguma peça rica para lhe acrescentar. Desde 1807, a basílica é a sede da Arquidiocese Católica Romana de Veneza. A entrada na Basílica de S. Marcos é gratuita mas exige algum decoro. Não pode entrar em calções ou de ombros destapados e é proibido filmar e fotografar.

A torre do Campanário de S. Marcos impõe-se na praça pela sua altura (98,6m) e pelos seus 5 sinos. A sua construção foi iniciada no século XI mas foi sendo vitima de uma série de contrariedades. Por várias vezes foi atingida por raios e tremores de terra, até que a torre colapsou em 1902. Uma nova torre, idêntica à primeira, foi construída de raiz. A sua inauguração foi no dia 25 de Abril de 1912, dia da festa de S. Marcos.

O Palácio Ducal ou Palácio do Doge é uma obra-prima do gótico veneziano. Foi construído entre 1309 e 1424 e era a antiga sede do Doge (dirigente máximo) e da magistratura veneziana. A entrada faz-se pela Porta della Carta. Esta entrada monumental tem o seu nome assim atribuído, pelo facto de ser ali naquele local que se liam as novas leis ou se afixavam novos decretos. O palácio liga com a prisão através da Ponte dos Suspiros.


A Biblioteca Nacional Marciana, que fica do outro lado da praça, é a mais importante biblioteca de Veneza e uma das maiores de Itália. No seu interior guarda-se uma das mais ricas colecções de manuscritos do mundo. Em 1468, o Cardeal Bessarion doou toda a sua colecção de livros e manuscritos à cidade, mas com uma condição: que fossem conservados num local apropriado. A construção do Palazzo della Libreria não foi consensual e a obra só foi concluída em 1588. As suas colecções foram enriquecidas graças a muitas doações e legados. Em 1603 entrou em vigor uma lei que obrigou todos os impressores de Veneza a entregar uma cópia de cada obra à Marciana.

A toda a volta da praça, debaixo das arcadas, encontra cafés, restaurantes, lojas e até pode assistir ao fabrico de peças de vidro de Murano.

Sente-se numa esplanada e ouça música ao vivo nas noites de verão. Se puder, tome uma bebida no café Florian, o mais antigo e requintado de Itália com quase 300 anos.

Em frente da praça avista a ilha de San Giorgio Maggiore com a igreja do mesmo nome, que também merece uma visita. Se quer passear de gôndola, aqui na praça de S. Marcos encontra-se a maior concentração de gondoleiros, mas não é barato e os preços divergem.

♥ Boa viagem ♥