Estamos no Norte de Portugal, mais precisamente no Alto Minho e, como não podia deixar de ser, vamos visitar o Museu do Traje de Viana do Castelo.
É em pleno Centro Histórico, na Praça da República, que encontramos o icónico edifício de linhas verticais muito acentuadas, apenas decorado com duas obras de alto-relevo que representam as principais atividades económicas desta zona do país: a pesca e a agricultura.

Neste imóvel, construído entre 1954 e 1958, funcionou até 1996 a delegação do Banco de Portugal. Em 1997 a Câmara Municipal adquiriu o edifício para ali instalar o Museu do Traje, que era um desejo há muito manifestado pela população vianense e que foi concretizado com a sua abertura ao público em 2004.

Lá dentro ganhamos uma melhor noção do amor deste povo aos seus costumes. Aqui mostra-se a criatividade das raparigas da região que, trabalhando a lã e o linho, começaram a criar os seus trajes típicos para as diferentes ocasiões.

Estes trajes populares de trabalho, de domingo, de noiva ou de luto foram, ao longo do tempo, ficando mais criativos e originais tornando-se verdadeiras obras de arte! As matérias-primas usadas na sua confeção foram sendo cada vez mais enriquecidas. Estes fatos conquistaram um lugar único na cultura do Alto Minho e foram usados nos séculos XIX e XX.

O museu exibe também uma valiosa coleção de objetos de valor etnográfico relacionados com o modo de vida e que complementam as diferentes formas de vestir tanto no campo, como em festas ou rituais. Outras peças de vestuário têm também o seu valor identitário quer seja pelos materiais, motivos ou cores aplicadas e os utensílios usados na sua confeção artesanal estão aqui patentes.



Uma vez que os adornos eram muito importantes e diziam muito sobre o nível social de quem os usava, tornou-se importante criar a exposição permanente “Oficina do Ouro”. Aqui podemos ver como são confecionadas as valiosas peças em ouro, prata e platina que deslumbram qualquer um!


O visitante tem o privilégio de poder entrar no cofre forte e apreciar algumas das mais extraordinárias criações destes artesãos, de cujas mãos continuam a sair verdadeiros tesouros.



Para preservar as memórias e costumes deste povo, a população vianense passou a associar os seus trajes às festas em honra de Nossa Senhora da Agonia que se celebram todos os anos no mês de Agosto e cujo desfile é a atração principal.



Estes fatos, devido à ousadia das cores e dos elementos decorativos, rapidamente se tornaram um símbolo da identidade local, uma vez que são únicos no género no país. Não era raro que a mesma rapariga que cultivava o linho e criava as ovelhas que davam a lã, fosse ela mesma a fiar, tecer e executar as peças de roupa que tingia e decorava com bordados e aplicações! Era, por isso, com muito orgulho que usavam os seus trajes e mostravam a sua criatividade, orgulho esse que continuam a demonstrar nos tempos que correm em várias ocasiões festivas.

O museu organiza várias atividades lúdicas, mantendo assim uma estreita colaboração com as escolas. Por ocasião da nossa visita, estava patente na sala destinada a exibições temporárias, uma exposição sobre o percurso artístico e a história de vida de Amália Rodrigues.


O Museu do Traje de Viana do Castelo está aberto de terça-feira a domingo das 10h às 13h e das 15h às 18h. O ingresso tem o preço de 2€/adultos e 1€/estudantes e séniores.


Está bem à vista de todos os visitantes, a missão que foi atribuída a este museu e que tão bem cumpre: estudar, salvaguardar e dar a conhecer a cultura popular e o seu património. Entre e surpreenda-se…

♥ Boa viagem ♥
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