Muito já foi dito sobre esta cidade portuguesa, mas nunca é demais salientar a sua beleza e o seu aspecto peculiar. Visitar Aveiro promete ser uma interessante escapadinha na Região Centro de Portugal. Conhecida como a Veneza portuguesa (nós não concordamos porque achamos que as duas cidades estão longe de se poder comparar), Aveiro é uma cidade da Costa Oeste de Portugal que surgiu junto de uma lagoa com água do mar que ali foi retida por uma faixa de terra e que deu origem à Ria de Aveiro e aos seus canais.

Desta vez viajámos de comboio desde Lisboa, que fica à distância de 275 Km, e chegámos de manhã cedo. Descemos a Av. Dr. Lourenço Peixinho que nos levou até à Praça General Humberto Delgado que é o centro da cidade e que fica mesmo em cima do Canal Central.



Daqui partem os barcos moliceiros para os tradicionais passeios pelos canais e foi o que nós começámos por fazer. A viagem durou 45 minutos e foi muito bom ver a cidade por um outro ângulo e as várias pontes sobre os quatro canais. Estes passeios realizam-se todos os dias e custam 10€/adultos e 5€/crianças.



Depois iniciámos a pé a visita da cidade que não se cansa de homenagear os seus pescadores e que se orgulha em manter a calçada portuguesa.


Chegamos à Praça da República dominada pelo belo edifício da Câmara Municipal, construído em 1717 a partir da antiga prisão. A sua bela torre sineira completa o conjunto. Aqui se realizam as cerimónias oficiais mais solenes.

A Igreja da Misericórdia cuja obra foi concluída em 1653 em estilo barroco, tem a fachada coberta de azulejos do século XIX. Sobre a porta vê-se a estátua de pedra de Nossa Senhora da Misericórdia.


Do lado oposto está o Teatro Aveirense cuja inauguração se deu em 1881 com a Companhia de Teatro D. Maria II de Lisboa. O centro da praça está assinalado com a estátua de José Estêvão, um notável jornalista e político nascido em Aveiro no início do século XIX, cuja frontalidade o levou a procurar refúgio fora do país por diversas vezes.


Mais à frente, no jardim central da Av. Santa Joana está o monumento à Princesa Santa Joana que dedicou a sua vida a apoiar as boas causas do seu irmão mais novo, o Rei D. João II de Portugal a quem o povo carinhosamente apelidou de “Príncipe Perfeito”. A princesa morreu nesta cidade em 1490. Foi beatificada em 1693 e em 1965 o Papa Paulo VI declarou-a Santa Padroeira de Aveiro.

O seu artístico túmulo está no antigo Mosteiro de Jesus (onde a princesa se recolheu nos últimos anos de vida), actual Museu de Aveiro que fomos visitar ali ao lado. Ficámos deveras surpreendidas com a beleza das obras aqui expostas e a sua riqueza. Recomendamos que não deixem a cidade sem visitar este local.

O edifício data do século XV e o museu está aqui instalado desde 1911, albergando um dos mais valiosos patrimónios da arte religiosa em Portugal. Este museu, assim como todos os outros da cidade, está aberto de terça-feira a domingo das 10h às 12h30 e das 13h30 às 18h. A entrada custa 5€ e é gratuito para crianças até aos 12 anos. Este bilhete dá acesso a todos os outros museus da cidade, portanto guarde-o.


Do outro lado da estrada está a Sé Catedral. Foi construída no início do século XV e sofreu obras de renovação em 1719. A sua torre data de 1860 já que a anterior foi destruída por um incêndio. Apesar disso o sino é o original. O seu interior exibe peças de grande valor e possui um órgão moderno construído na Hungria e inaugurado em 2013.





Continuando na mesma avenida mas no sentido oposto, chegamos ao Parque da Cidade. Este bonito espaço proporciona belos passeios onde se encontra grande diversidade de árvores, plantas e flores, lagos, circuitos de manutenção, campo polidesportivo e parque infantil. Um parque feito para as pessoas, do qual os aveirenses se orgulham.








Voltámos ao centro para visitar o Museu de Arte Nova (com o mesmo bilhete, lembram-se?) cujo edifício é deslumbrante! As obras expostas neste museu levam o visitante a reflectir sobre o Movimento Arte Nova e a sua evolução estética, principalmente ao nível da decoração de interiores onde predomina o azulejo e o ferro.



Diz-se que a Arte Nova nasceu em Aveiro já que este estilo arquitectónico está presente em muitos edifícios da cidade, mas na verdade foi na Bélgica que este movimento surgiu, no final do século XIX.


No piso térreo situa-se a Casa de Chá que durante o dia tem um ambiente calmo e que à noite é um dos bares mais animados da cidade com música ao vivo durante os fins-de-semana. A casa que pertenceu ao Major Pessoa (um prestigiado comerciante ligado à importação de cacau) foi erguida em 1909. Foi posteriormente adquirida pela Câmara Municipal e convertida em museu em 2008.

A Casa de Chá que, para além de refeições leves, tem à disposição mais de 100 variedades desta reconfortante bebida, está aberta todos os dias entre as 09h00 e as 02h00. Aos fins de semana encerra às 03h00.

Um pouco adiante e na zona do Rossio fica o Mercado do Peixe, um exemplar único em Aveiro da arquitectura em ferro e que foi construído nos primeiros anos do século XX. No primeiro andar está um restaurante que serve menus simples ao almoço e ementas mais sofisticadas ao jantar.



Na Praça de S. Gonçalinho está a bonita capela com o mesmo nome construída no início do século XVIII em homenagem ao Santo, protector dos pescadores. As festas em sua honra decorrem entre os dias 10 e 14 de Janeiro.


De volta ao centro e ao Canal Central, entrámos no Museu Municipal (com o mesmo bilhete) instalado noutro belo edifício de Arte Nova. Este museu acolhe e dá visibilidade aos artistas locais nas áreas da arte e cultura. Tem também exposições temporárias de artistas de renome nacional e internacional. Este é o local onde melhor se retrata a vida quotidiana das gentes de Aveiro.




Por fim demos um passeio a pé ao longo do Canal do Cojo até ao lago artificial da Fonte Nova nas margens do qual se encontra o edifício da antiga fábrica de cerâmica Jerónimo Pereira de Campos. Desde 1995 (ano em que foi recuperada) que aqui estão instalados uma parte dos serviços camarários e o Centro de Congressos de Aveiro.



O Museu da Troncalhada fica no Canal das Pirâmides e mostra aos visitantes os métodos de produção artesanal do sal e o modo de vida dos trabalhadores. Este núcleo museológico é ao ar livre e tem painéis informativos ao longo do percurso que o visitante pode fazer ao seu ritmo. Este museu tem o mesmo horário dos outros com a excepção de abrir apenas às 14 horas aos sábados e domingos.


Não saia da cidade sem comer os “Ovos Moles”, o doce típico que foi criado pelas freiras dos conventos e que já conta com mais de 500 anos de existência. É mesmo divinal!

De vez em quando “vá para fora cá dentro” e visite uma das muitas cidades portuguesas que têm tanto para nos mostrar!…

♥ Boa viagem ♥
Uma cidade fantástica! Estive lá já este ano, pela primeira vez, e correspondeu completamente ao meu imaginário!
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Bom dia Miguel A. Gonçalves e muito obrigada pelo seu comentário. Esta também foi a primeira vez que visitámos a cidade e gostámos muito. Boas viagens.
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