Bela, elegante e perfumada. É assim que a ilha italiana de Capri se apresenta aos cerca de dois milhões de turistas que a visitam anualmente. Ninguém fica indiferente às paisagens deslumbrantes, ao charme das suas vielas, à sua gastronomia e ao aroma que paira no ar.

A Ilha de Capri situa-se no mar Tirreno, em frente ao Golfo de Nápoles, no sul de Itália. Tem apenas 10 km2 de superfície, dois municípios (Capri e Anacapri) e dois portos (Marina Piccola e Marina Grande). Devido à sua formação rochosa tem inúmeras grutas, sendo a Gruta Azul, com a sua água de cor azul transparente e reflexos prateados, a atração mais visitada da ilha. O bilhete de entrada custa 13€. Para lá chegar pode apanhar o mini-bus em Anacapri ou o barco na Marina Grande. Também pode optar por comprar um bilhete que inclui a volta à ilha de barco com entrada na gruta.

A arquitetura e desenvolvimento da ilha devem-se aos imperadores romanos Augusto, que a descobriu em 23 a.C e se encantou com a sua beleza, e ao seu sucessor, Tibério, que aí viveu durante 10 anos. No século XIX, com a chegada de artistas de todo o mundo, Capri começou a dedicar-se a receber os boémios visitantes, construindo pequenos hotéis e alugando os barcos de pesca. Só no final do século, com a abertura do Grand Hotel Quisisana, se iniciou o turismo feito por nobres e grandes personalidades.

Capri recebe-nos na Marina Grande, onde atracam os ferry, as balsas e os aliscafi vindos do continente e onde os pescadores têm os seus barcos e remendam as suas redes. O movimento é constante com o vaivém de passageiros e a animação natural das lojas e restaurantes que aí se concentram.

Também é da Marina Grande que parte o funicular que nos leva até à Piazzetta de Capri. O bilhete custa 1.80€ e partem a cada 15 minutos.

A Piazzetta é o centro da ilha. Aqui encontramos bares, restaurantes, esplanadas e um miradouro com paisagens deslumbrantes para a ilha, mar Tirreno e Costa Amalfitana.

Capri é destino de férias para muitas celebridades. Por isso, se se sentar para fazer uma refeição ou tomar uma bebida, não se admire se na mesa ao lado estiver alguma vedeta internacional ou se vir passar algumas jovens bem produzidas à espera de serem encontradas por algum realizador de Hollywood e prepare-se para “abrir os cordões à bolsa”. Se vier apenas por algumas horas e quiser economizar, traga um lanchinho porque aqui é tudo caro.

As Vias Vittorio Emanuele e Camerelle marcam a elegância da ilha e dos seus visitantes. Aqui encontramos as mais famosas lojas de marcas internacionais, ateliers, perfumarias, alguns dos melhores hotéis e produtos locais. Se quiser levar uma recordação de Capri, o tradicional licor de limão é uma boa sugestão. O Limoncello é um licor mundialmente conhecido e ideal para degustar com gelado. Se tiver dúvidas, nas lojas, pode provar antes de comprar.

No ar sente-se o cheiro dos perfumes produzidos nas fábricas locais com as essências do limão, da laranja e das flores típicas e dos vasos com ervas aromáticas que os residentes costumam colocar nas janelas. As frutas cítricas são marca registada da ilha.

Seguindo o caminho entramos nos belos Jardins de Augusto, que são constituídos por uma série de terraços floridos e que terminam num miradouro voltado para o lado sul da ilha.

Do lado esquerdo avistamos os Faraglioni que são três picos rochosos que saem do mar perto da costa e que são a imagem de marca de Capri. Cada Faraglione tem um nome: o primeiro, unido à terra, chama-se Stella; o segundo, Faraglione di Mezzo e o terceiro Faraglione di Fuori ou Scopolo.

Do lado direito, conseguimos ver parte da Marina Picolla e a Via Krupp que, com as suas curvas sinuosas, é uma das ruas mais espetaculares do mundo. Foi criada, no início do século XX, pelo alemão Alfred Krupp, um apaixonado pela biologia marinha, para conseguir melhor acesso ao hotel Quisisana quando atracava o seu iate na Marina Piccola.

Na ilha ainda existem muitos outros pontos de interesse para visitar tais como, Anacapri, a Villa San Michele, onde se encontram restos arqueológicos encontrados na ilha, a Villa Jovi, onde o imperador Tibério se refugiava para descansar, e o Monte Solaro, o ponto mais alto da ilha com 589 metros acima do nível do mar, onde pode chegar pelo teleférico que parte da Praça Vitória, em Anacapri, e custa 11€ ida e volta. Se tiver tempo, ainda pode ir até à praia mas saiba que são poucas, pequenas e feitas de pedrinhas e rochas.

De meados de março até início de novembro, não é permitida a entrada de carros e motas na ilha, excepto os dos residentes. A melhor forma de a visitar é a pé (sempre que possível) ou de mini-bus que tem várias linhas e um bom serviço. Um bilhete simples custa 1.80€.

Capri é uma ilha inesquecível e inspiradora. Um sítio onde a natureza e o romance se tocam. Já dizia Erwin Cerio, escritor e historiador, natural da ilha:
“Capri é uma obra-prima de Deus”.
♥ Boa viagem ♥
Guia prático
♦ Quando ir
No inverno as temperaturas são amenas mas pode chover com intensidade. A melhor altura para visitar é na primavera e no verão. O céu limpo permite ver toda a paisagem até à Costa Amalfitana. A temperatura do ar pode chegar aos 30ºC e a do mar aos 25ºC.
♦ Como ir
Várias companhias aéreas fazem a ligação de Lisboa para Roma. Depois siga para a estação de comboios Roma Termini e escolha entre o Frecciarossa e o Intercity que demoram respetivamente 70 e 120 minutos a chegar à Estação Central de Nápoles. Daí pode ir a pé, de metro ou autocarro para o porto de embarque e apanhar o barco para Capri que pode demorar entre 40 a 80 minutos a chegar à ilha consoante escolher entre os aliscafi, as balsas ou os ferry.
♦ O que vestir
No verão, roupa e calçado frescos e confortáveis. Se for à praia leve umas sandálias de plástico por causa das pedras. No inverno, um agasalho e proteção para a chuva.
♦ Alojamento
A cidade tem uma grande variedade de alojamentos mas são caros.
♦ Informações importantes
Visite o nosso Guia de Viagem para a Itália onde encontrará indicações úteis sobre a entrada e permanência no país.
One thought on “Capri – a ilha perfumada”