A Praça Vermelha

Quando no século XV um grande incêndio destruiu por completo um bairro onde moravam pessoas mais simples, ninguém podia prever que esse local se tornaria numa das praças mais conhecidas e visitadas do mundo. Anos mais tarde, quando Ivan, o Terrível, mandou construir a Basílica de São Basílio naquele local, os moscovitas, encantados com tal beleza, começaram a chamar-lhe “Krasnaya Ploschad” (praça bonita). No entanto, essa palavra também pode significar vermelho na língua russa e, então, o Czar Aleksey decidiu por decreto que a praça se chamaria Praça Vermelha.

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Praça Vermelha

Esta praça, hoje Património Mundial da UNESCO, marca o centro da cidade de Moscovo. Tudo se passa à sua volta. Todas as paradas militares, festas nacionais, manifestações desportivas, feiras e outros eventos importantes, se realizam neste local e, devido a isso, a praça, por vezes, fica encerrada. Se não quer ter essa desagradável surpresa, informe-se sobre os eventos que lá decorrem porque nem todos têm datas fixas.

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Praça Vermelha em preparação para um concerto

500 metros é a distância que separa a Basílica de São Basílio da Porta e Capela Ibérica, pontos de entrada e saída da praça. A maioria dos visitantes chegam pelo lado da Praça do Manege que é servida por três linhas de metro que convergem numa só estação (Okhotny Ryad, Ploshchad Revolyutsii e Teatralnaya). Os portões foram em tempos derrubados para permitir a circulação de veículos mas quando, nos anos 90, o trânsito foi proibido no local, os portões foram reconstruídos. A pequena capela foi erguida no local onde havia um buraco com leões que rugiam para mostrar que o poder residia ali.

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Portas e Capela Ibérica

Em frente da capela está o marco zero da cidade. A partir daquele ponto medem-se as distâncias para todos os destinos da Europa.

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Marco zero

Entrando na praça, à direita, fica o edifício do Museu Histórico do Estado que, não só comporta relíquias pré-históricas das tribos que habitavam o território, como também, obras de arte inestimáveis. O preço do bilhete são 350 rublos e a entrada é feita pela Praça do Manege.

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Entrada do Museu Histórico do Estado na Praça do Manege

Do lado esquerdo encontramos a Catedral Kazan de Moscovo, pequena mas muito linda. Ao lado do altar encontra uma mesinha com papel e caneta onde pode escrever o nome de alguém. Durante a missa o padre lerá o nome da pessoa e pedirá uma bênção.

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Catedral Kazan de Moscovo

Continuando, encontramos o Shopping Gum. Este lindíssimo edifício construído por ordem de Catarina, a Grande, serviu como central de abastecimento para o consumo da União Soviética.

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Shopping Gum

Mais tarde, Stalin converteu-o em espaço de escritório. Em 1953 reabriu como cadeia de lojas, mas as mercadorias eram escassas e formavam-se longas filas quando se sabia da chegada de alguma novidade.

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Shopping Gum

Posteriormente, o Gum, foi completamente privatizado sendo hoje um edifício de visita imperdível com cafés, restaurantes e lojas de luxo onde estão concentradas as maiores, melhores e mais conhecidas marcas mundiais.

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Interior do Shopping Gum

Do lado direito temos o Kremlin, fortaleza que foi construída para defender a cidade dos inimigos. Encostado ao muro e perto da torre Spasskaya está o Mausoléu de Lenin, um dos políticos mais influentes do século XX no que diz respeito ao movimento comunista internacional.

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Mausoléu de Lenin

Ao fundo da praça, ergue-se imponente, a bela Basílica de São Basílio. Esta igreja Ortodoxa é a construção mais conhecida da Rússia com as suas inigualáveis cúpulas coloridas.

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As cúpulas da Basílica de São Basílio

Foi mandada construir no século XVI no local onde foi sepultado um sacerdote com o mesmo nome que terá sido consagrado como santo.

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Basílica de São Basílio

É composta por uma igreja e nove capelas que dão origem a um labirinto de escadas, portas, corredores e outras passagens que se interligam, cada uma mais bela que a outra.

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Interior da Basílica de São Basílio

Lá dentro existem, também, em exposição, várias peças como sendo Bíblias, peças em ouro, vestes dos padres, moedas, livros e outros artefactos ligados à igreja ortodoxa. As paredes, os tectos e os candeeiros são deslumbrantes. É frequente encontrar nalguma sala, cantores entoando cânticos da igreja. O resultado é fantástico porque a acústica é perfeita.

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Interior da Basílica de São Basílio

Na saída, depois da sala dos souvenirs, encontra o livro do visitante, onde pode registar a sua passagem ou fazer um comentário. Esta é uma visita obrigatória para quem vai a Moscovo. O preço do bilhete são 350 rublos.

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A alguns metros da Basílica fica o Lobnoye Mesto que não é mais do que uma plataforma circular, construída no século XVI, onde eram proferidas todas as proclamações públicas que a partir desse momento se tornavam leis. Diz-se que outra das suas finalidades era servir de local a execuções mas tal nunca veio a acontecer. Em frente ao portão da Basílica está, também, o monumento a Minin e Pozharsky, uma estátua de bronze que homenageia o açougueiro e o príncipe que reuniram um exército de voluntários e salvaram os russos da invasão polonesa em 1612. Esta estátua foi inicialmente erguida no centro da Praça Vermelha mas depois Stalin mandou colocá-la no local onde agora se encontra, para que não interferisse com as coreografias dos desfiles militares.

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Monumento a Minin e Pozharsky

Se tiver tempo, visite a praça também à noite pois os edifícios iluminados são lindíssimos.

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Shopping Gum à noite

Em resumo: estar na Praça Vermelha é sentir e mergulhar na história do povo russo.

♥ Boa viagem ♥

2 thoughts on “A Praça Vermelha

  1. Gosto bastante do vosso blog;uso-o para me esclarecer quando estou confusa em relação a alguma viagem pois a vossa mensagem é clara e concisa sem ser exaustiva. Foi este caso pois estive na Rússia há pouco tempo numa daquelas viagens de grupo, tudo a correr e fiquei baralhada sobre o está na praça vermelha e no Kremlin. Também fiz anel dourado e foram dezenas de igrejas e capelas …
    OBRIGADA

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    1. Boa tarde e obrigada pelo seu amável comentário. Pedimos desculpa por só agora estarmos a responder, mas estivemos de férias a recolher mais informação para partilhar no blog. Efectivamente, quando viajamos em circuito vê-se tudo muito a correr e muita coisa em pouco tempo mas continuamos a gostar dessa forma de viajar. Estaremos sempre ao dispor para qualquer esclarecimento. Boas viagens.

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