Convento de Cristo é a denominação dada a um conjunto de edifícios históricos situados na cidade portuguesa de Tomar e cuja construção teve início no século XII, tendo-se prolongado até ao século XVIII. As suas tipologias arquitetónicas foram surgindo ao longo dos períodos históricos, adaptando-se
também às sucessivas funções que lhe foram sendo atribuídas. Estão aqui reunidos os estilos românico, gótico, manuelino, renascentista e maneirista. Em algumas áreas, a sobriedade das formas também ficou evidente.
Este conjunto situado no distrito de Santarém e que inclui o Castelo Templário de Tomar, a Charola e Igreja manuelina, a Mata dos Sete Montes, a Ermida de Nossa Senhora da Conceição e o Aqueduto dos Pegões, é um dos monumentos mais visitados de Portugal e foi classificado como Património Mundial da UNESCO em 1983.
Tudo começou quando, em 1160, Gualdim Pais (fundador da cidade) mandou construir o Castelo. O fiel cavaleiro e o seu Rei D. Afonso Henriques (primeiro Rei de Portugal) criaram as condições para fazer crescer a cidade dentro das muralhas, tendo ali instalado a Casa Militar e a Charola (oratório dos cavaleiros).
Depois de, em 1312, ter sido extinta a Ordem dos Templários (ordem militar de cavalaria da igreja católica), o Castelo passou a ser a sede da Ordem de Cristo criada em meados do século XIV durante o reinado de D. Dinis. Já no final do século XV, a Casa Militar é ampliada e transformada em convento. Nessa construção surgem os primeiros Claustros.
Chegados à Era dos Descobrimentos e com os olhos postos em futuras conquistas, ergue-se a imponente Igreja e Sacristia em estilo manuelino para poderem celebrar e agradecer as descobertas marítimas portuguesas. O Infante D. Henrique incentiva os cavaleiros a tornarem-se navegantes e o Rei D. Manuel I continua a fazer crescer a obra, demonstrando assim o seu orgulho pela prestação dos seus navegadores e mostrando ao mundo o poder do Império português.
O Rei D. João III será, contudo, o maior impulsionador de todo este conjunto ao manifestar o desejo de fazer de Tomar a “capital espiritual do Reino”. O Convento foi aumentado e revela-se uma construção em grande escala.
Paralelamente, o Rei manda construir a igreja-mausoléu de Nossa Senhora da Conceição com o objetivo de aí ser sepultado junto com os seus familiares. Lamentavelmente, esse desejo não foi cumprido pelos seus sucessores e o Rei encontra-se sepultado no Mosteiro dos Jerónimos em Lisboa.
No final do século XVI e já no reinado de D. Filipe I, conclui-se a construção do imponente Claustro de D. João III, a Sacristia nova e o Aqueduto dos Pegões que se revelará de primordial importância para o fornecimento de água ao Convento de Cristo.
O Dormitório, a Hospedaria, a Botica, a Enfermaria e outras infraestruturas necessárias, vão sendo acrescentadas à construção que se vai prolongar até ao século XVIII.
Em 1811 o Convento passa por um tempo conturbado. As tropas francesas ocupam o Convento provocando muita destruição e parte do seu valioso recheio é roubado! Em 1834 e depois de extintas as Ordens Religiosas, parte do conjunto é vendido ao futuro Conde de Tomar. Uma das alas é transformada num palacete e a sua família ali permanece durante várias gerações.
Em 1845 a Rainha D. Maria II e o marido D. Fernando (futuro Rei de Portugal) instalam-se no Convento. Nessa altura D. Fernando manda demolir o piso superior do Claustro de Santa Bárbara para que ficasse bem visível a bonita janela manuelina que, até aí, passava despercebida… e que tão bem identifica o monumento!
Em 1939 as propriedades dos herdeiros do Conde de Tomar são adquiridas pelo Estado português que, entre 1980 e 2013, leva a cabo importantes obras de restauro que permitem pôr a descoberto riquíssimas obras de arte do período manuelino. O monumento, que passou a ter funções culturais e turísticas, representa a capacidade criativa dos mestres e arquitetos portugueses e concentra a História da abertura de Portugal ao mundo.
Esta atração turística que merece, sem dúvida, toda a importância que lhe é concedida encontra-se aberta todos os dias entre as 9h e as 17h30. Entrada gratuita para crianças até aos 12 anos, 10€/adultos e 5€/estudantes e séniores. Aos domingos e feriados a entrada é gratuita para todos os cidadãos residentes em território nacional.
As paredes do nosso património são páginas do livro aberto da História de Portugal. Às vezes é preciso saber ler nas entrelinhas mas, no final, ficamos culturalmente mais ricos!
♥ Boa viagem ♥